XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Videolaparoscopia para reparo de hérnia de hiato e doença de refluxo gastroesofágico com “plug” de tela: um relato de caso.

Resumo

Apresentação do caso
Paciente, feminino, 76 anos, admitida em um hospital de Belo Horizonte, no dia 13/08/2022, com queixa de pirose, regurgitação e queimação retroesternal e história pregressa de cirurgia abdominal a cerca de 20 anos. Foi diagnosticada com doença de refluxo gastroesofágico, com esofagite e hérnia diafragmática sem obstrução ou gangrena. A paciente foi submetida a um tratamento cirúrgico por videolaparoscopia, sob anestesia geral. No bloco cirúrgico, observou-se uma volumosa herniação hiatal, com o estômago parcialmente intratorácico; realizou-se a liberação do saco herniário e, foi feito um “plug” de tela anteriormente ao esôfago e uma colocação de tela, recobrindo o hiato, envolvendo o esôfago e fixada por pontos; foi feita a liberação de vasos gástricos curtos e a fundoplicatura parcial (270°); realizou-se uma epiploplastia, recobrindo a tela; foi feita uma revisão de hemostasia, limpeza da ferida e fechamento por planos e curativo.
Discussão
As hérnias hiatais são classificadas em tipo I, tipo II, III e IV, sendo que a do tipo I é geralmente associada à existência de doença do refluxo gastroesofágico e as dos tipos II, III e IV têm sua ocorrência associada à frouxidão dos ligamentos gastroesplênicos e gastrocólicos que fixam o estômago. O tratamento é individualizado, e geralmente opta-se por tratamento conservador em pacientes com hérnia do tipo I. Já as hérnias tipo II, III e IV têm seu tratamento descrito de maneira controversa na literatura. Alguns autores defendem que mesmo assintomáticas, todas as hérnias devem ser tratadas cirurgicamente, outros defendem que a chance de desenvolver complicações que necessitam de cirurgia é muito pequena, e por isso não devem ser abordadas. A abordagem das hérnias paraesofágicas pode ser realizada por via transtorácica ou transabdominal, sendo a última possível tanto por via aberta ou laparoscópica, não havendo na literatura comparação entre as duas vias, sendo a experiência do cirurgião o definidor da melhor forma de abordagem. O acesso transtorácico fica reservado em caso de recidivas dos reparos transabdominais. O uso de tela é recomendado independente do tamanho da hérnia, tendo em vista que a menor taxa de recidiva e a ausência de maior incidência de complicações relacionadas.
Comentários finais
A decisão de abordagem cirúrgica aberta ou laparoscópica depende da expertise da equipe para a realização cirúrgica segura e coerente do procedimento. O uso de tela é sempre recomendado.


Área

Cirurgia - Estômago

Autores

Cirenio De Almeida Barbosa, Débora Helena Cunha, Bruna Carregal Coelho, Aragana Ferreira Bento Cardoso Leão, Deborah Campos Oliveira, Eliezer Ramos Coura, Maria Cristina Serafim Costa, Paula Souza Lage