XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: Cirurgia de Merendino no tratamento de megaesôfago chagásico após cardiomiotomia prévia.

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 47 anos, com diagnóstico de megaesôfago chagásico há 21 anos, submetido a cirurgia de Heller-Pinotti há 16 anos. Refere que após cirurgia, houve melhora parcial de disfagia, mas há 08 anos, houve retorno de disfagia para sólidos com progressão para líquidos, associada a epigastralgia, pirose e regurgitação. Perda ponderal de 16 kg em 01 ano, com de confecção de gastrostomia há 01 ano. Antecedentes de doença de Chagas; HIV há 13 anos, em uso de TARV com carga viral indetectável e acompanhamento regular com infectologista; hepatite C. Ex-tabagista. Exame físico: bom estado geral, emagrecido. Exames complementares: REED: Esôfago de calibre aumentado com retenção de contraste. Sinais de gastroplastia. Esofagomanometria: Acalasia o esfíncter esofagiano inferior. Aperistalse total. EDA: Megaesôfago avançado com estase. Sinais de fundoplicatura cirúrgica. USG de abdome e TC de tórax sem alterações. Paciente submetido a cirurgia de Merendino, evoluiu bem no pós-operatório, com alta hospitalar no 9º DPO. Em acompanhamento pós-operatório, referiu melhora total de disfagia, com boa aceitação de alimentos sólidos. Ganho ponderal de 16 kg em 09 meses. DISCUSSÃO: Os sintomas de megaesôfago chagásico incluem a disfagia, dor torácica e regurgitação, tendo um impacto considerável na qualidade de vida. O tratamento cirúrgico representa a melhor forma de tratamento por proporcionar alívio dos sintomas e melhora do estado nutricional. Para o megaesôfago não avançado e sem tratamento prévio, a cardiomiotomia a Heller é a opção de escolha, com melhores resultados comparados a outras técnicas. Entretanto, o tratamento cirúrgico de megaesôfago com recidiva de sintomas após tratamento prévio é controverso. Admitem como tratamento a cardioplastia à Thal-Hatafuku, a operação de Serra Dória, a esofagectomia e a mucosectomia, mostrando uma clara dificuldade de padronização do tratamento. O relato trata-se de um megaesôfago recidivado, submetido a cirurgia de Merendino que consiste na esofagectomia distal, seguida da interposição de um segmento de alça jejunal entre o esôfago e o estômago, como uma alternativa ao tratamento do megaesôfago submetido anteriormente a outro tratamento, com recidiva dos sintomas. COMENTÁRIOS FINAIS: A cirurgia de Merendino é uma opção, com o emprego da técnica correta e executada por uma equipe experiente.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

ALEXANDRE AUGUSTO FERREIRA BAFUTTO, LUIS FELIPE BECKER DE OLIVEIRA, UBIRATAN RODRIGUES DE GODOY NETO, MATHEUS DE PAULA SANTOS