XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RESSECÇÃO VASCULAR DE TUMOR DE PÂNCREAS - RELATO DE CASO

Resumo

RELATO: Paciente B.N.P. feminina, 52 anos, encaminhada ao Serviço de Cirurgia Digestiva do Hospital Santa Marcelina em agosto de 2019 com queixa de aumento de volume abdominal, vômitos e diarreia pós-prandial. Apresentava bom estado físico, sem icterícia ou alteração ponderal de peso. Possuía hemograma com função hepática e marcadores para Antígeno Carboidrato 19.9 e Carcinoembrionário normais. No exame de Tomografia Computadorizada evidenciou-se uma lesão Heterogênea e Hipervascular lobulados medindo 7.4 x 5.6 cm na Cabeça do Pâncreas. Ademais, clara relação de infiltração perivascular abrangendo o eixo venoso Mesentérico-Portal, Tronco Celíaco, Artéria Hepática Comum e Artéria Hepática Própria. Após uma reunião em Tumor Board, decidiu-se uma abordagem agressiva. Realizou-se Duodenopancreatectomia associada a Reconstrução do Trânsito Intestinal em Y de Roux. A artéria Hepática comum foi reimplantada ao tronco celíaco e as Veias Mesentérica Superior e Veia Porta reconstruídas. A abordagem alcançou margens livres e o exame anatomopatológico revelou que a lesão correspondia a um PNET Bem Diferenciado. A Paciente seguiu internada por 40 dias, recebendo alta em seguida. DISCUSSÃO: A avaliação radiográfica para determinar a ressecabilidade inclui a perviedade da Veia Mesentérica Superior, Veia Porta, Artéria Hepática Comum, Artéria Hepática Comum e Tronco Celíaco. Durante muito tempo a infiltração venosa era considerada um critério de irressecabilidade, entretanto, fora claramente superado com as técnicas da cirurgia vascular. A ressecção arterial representa um diferente, apresar do controverso, cenário. Praticamente todas as diretrizes clínicas consideram a invasão arterial iressecável. A Duodendopancreatectomia, Linfadenectomia e Esplenectomia foram as escolhas para coincidir o excelente controle dos sintomas, amenizar os riscos vasculares e investigar a possibilidade de metástases. A sobrevida global para ressecções em 5 anos é de 55,4% enquanto para os não abordados 15,6%. Por outro lado, a sobrevida de pacientes abordados com ressecções vasculares é de 43% em 5 anos. Considerando o estágio do PNET relatado, a sobrevida em 5 e 10 anos é de 60.5% e 33.1% respectivamente e média de 46 meses. Portanto, a abordagem cirúrgica agressiva é uma escolha e quando bem analisada oferece sobrevida a longo prazo. CONCLUSÃO: A associação de uma paciente saudável e cirurgião experiente se mostrou viável para resolução de PNET com infiltração vascular arterial.

Área

Cirurgia - Pâncreas

Autores

ALISSON LUCENA SILVA, WESLEY PEREIRA SILVA