XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Necrose Esofágica Aguda com Hernia de Hiato recidivada

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO:
MSTC, FEM, 88 ANOS
Deu entrada no PS com dor torácica e vômitos.
Em jan/22, realizado manobras de PCR e constatado pneumonia BCP. Evolui para IOT e TQT. Após estabilização, EDA para passagem de SNE e feito diagnóstico de esôfago necrotizante + hérnia hiatal recidivada + megaesôfago.
HPP: HAS, Dislipidemia, POT-2003 de correção de hérnia de hiato com recidiva em 2016 e com indicação cirúrgica.
Após melhora clinica, passagem de SNE por EDA, para via alimentar, alta com SNE e TQT.
Março/22, paciente procura equipe para avaliarmos possibilidade de reabordagem cirúrgica da hérnia hiatal. Nova endoscopia com melhora da área de necrose, mantendo megaesôfago, hérnia hiatal por deslizamento com fundoplicatura desgarrada.
Decidido reabordagem cirúrgica, em mar/22, com nova FUNDOPLICATURA + CARDIOMIOTOMIA VLP a HELLER-PINOTTI.
Cirurgia sem intercorrências, no pós-op com equipe multidisciplinar, evoluiu bem e foi de alta com boa aceitação alimentar VO e sem TQT, em abril/22.
DISCUSSÃO:
A análise da literatura mostra que a prevalência estimada de Necrose Esofágica Aguda(NEA) é baixa 0,01%–0,28%, esses números são provavelmente subestimados, em grande parte devido ao potencial de apresentação subclínica da doença e à cicatrização precoce da mucosa que pode ser observada com lesão isquêmica ou química transitória, pacientes com condição clínica ruim com múltiplas comorbidades médicas estão associados ao aumento da probabilidade de desenvolvimento de NEA. Aproximadamente 70% dos pacientes com necrose esofágica aguda apresentam HDA com hematêmese e melena, além de disfagia, dor epigástrica e dor torácica. Frequentemente diagnosticada incidentalmente na EDA. Predileção pelo esôfago distal (97%) é uma característica notável desse distúrbio, as biópsias da mucosa esofágica servem para diferenciar a NEA de outras condições e para descartar causas infecciosas de necrose esofágica aguda. Na histologia, há necrose grave da mucosa e submucosa esofágica.
COMENTARIOS FINAIS:
O objetivo do caso é mostrarmos que, apesar de raro, e com alta morbidade, devido às múltiplas complicações associadas ao caso e ao paciente que tem NEA, com a melhora do estado clinico, tem bons resultados de recuperação total da mucosa esofágica e no nosso caso, inclusive, associada a outra complicação, com boa resposta à uma nova abordagem cirúrgica para correção da hérnia hiatal recidivada.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

Barbara Mançor Lacerda Silva, Juliana Megumi Maciel Arie, Cassia Caroline Emilio, Thiago Azevedo Raphael Leite, Cinara Martins de Oliveira