Dados do Trabalho
Título
TERAPIA ENDOSCÓPICA COM PRÓTESE METÁLICA TOTALMENTE RECOBERTA PARA FÍSTULA APÓS GASTROPLASTIA REDUTORA COM RECONSTRUÇÃO DE Y-DE-ROUX
Resumo
APRESENTAÇÃO DO CASO:
Paciente KEAO, masculino, 31 anos, com histórico de hipertensão arterial sistêmica e obesidade mórbida. Foi submetido à gastroplastia redutora com reconstrução em Y-de-Roux para tratamento de obesidade.
No primeiro pós operatório evoluiu com choque séptico algumas horas após início de dieta via oral. Foi realizada tomografia de tórax e abdome sendo evidenciado sinais de mediastinite e empiema a esquerda.
Foi submetido a toracoscopia com limpeza e drenagem de coleção mediastinal e drenagem de tórax à esquerda Realizada endoscopia digestiva alta que mostrou provável trajeto fistuloso em estômago, logo abaixo de parede lateral esquerda de transição esofagogástrica, sendo optado por passagem de prótese metálica de esôfago totalmente recoberta de 15 cm de comprimento e 23mm de diâmetro, além de passagem de sonda nasoenteral para via alimentar. Não foi realizada fixação com sistema de Shim modificado por paciente não aceitar sonda nasal por período prolongado.
Seis horas após a passagem da prótese metálica, houve migração observada em radiografia de tórax, sendo realizado reposicionamento por endoscopia digestiva alta e fixação proximal com dois clipes metálicos. Cinco dias após a passagem da prótese foi liberada dieta líquida e evoluída para dieta pastosa, sendo removidos drenos de tórax em seguida por ausência de débito.
O paciente teve alta hospitalar duas semanas após passagem de prótese em trato digestivo com prótese bem locada, observada em tomografia de tórax.
Optado por realização de uma nova endoscopia digestiva alta para remoção de prótese metálica seis semanas após a passagem, sendo observado orifício fistuloso fechado e prótese migrada e impactada em intestino delgado com formação de extensa lesão ulcerada. Realizada remoção de prótese com auxílio de pinça de corpo estranho, com bastante dificuldade. Evoluiu bem clinicamente após remoção de prótese, assintomático há cerca de 4 meses.
DISCUSSÃO:
A cirurgia bariátrica é o tratamento de escolha para pacientes com obesidade mórbida, porém tem como complicação mais temida a fístula, com uma prevalência de 1-10% dos casos.
O uso de próteses metálicas para manejo de fístulas pós-cirúrgicas possui um alto índice de sucesso (65-95%), mas pode ocorrer a migração relatada no caso, com taxa de 17,8%.
COMENTÁRIOS FINAIS:
A fístula é uma complicação grave da cirurgia bariátrica, mas pode ser tratada por métodos endoscópicos, como a colocação de próteses metálicas.
Área
Endoscopia - Endoscopia digestiva alta
Autores
Galileu Ferreira Ayala Farias, Maria Clara Santos de Paula Pessoa, Alberto Machado da Ponte Neto, Maria Tereza Oliveira Pereira Santos, Simão Barbosa Silva , Laura de Sousa Rocha, Vivian Glória Coutinho da Silva, Pedro Quaranta Alves Cavalcanti, Fred Olavo Aragão Andrade CARNEIRO, Ricardo Rangel de Paula Pessoa