Dados do Trabalho

Título

Perfil dos pacientes com Doença de Crohn em terapia biológica de um ambulatório de doença inflamatória intestinal de um Hospital Universitário do Rio de Janeiro

Resumo

Introdução: A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória crônica do trato gastrointestinal. Todos os segmentos podem ser afetados, sendo os mais comuns, íleo e cólon; a inflamação é comumente transmural e segmentar. A doença se inicia principalmente entre a 2ª e 4ª década de vida, sendo sua incidência maior em países desenvolvidos. O manejo da doença consiste especialmente na terapia farmacológica, definido com base na gravidade da doença, fenótipo e topografia utilizando como referência a Classificação de Montreal. Objetivo: Analisar o perfil dos pacientes com DC em terapia biológica do ambulatório de doença inflamatória intestinal de um hospital universitário. Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo dos pacientes portadores de DC do ambulatório do Hospital Universitário Gaffreé e Guinle (HUGG) em acompanhamento. Todos dados foram coletados do banco de dados do Serviço. As variáveis analisadas foram: sexo, idade do diagnóstico, topografia da doença pela Classificação de Montreal, internações e uso de imunobiológicos. Foram excluídos aqueles que estão em investigação e/ou não apresentam diagnóstico endoscópico de DC confirmado (n=21). Resultados: Foram analisados 214 pacientes, dos quais 55,4% eram mulheres comparado a 44,6% de homens. A média de idade do diagnóstico foi 38 anos. Seguindo a classificação de Montreal, o acometimento ileocolônico (L3) representa 44,86% e o fenótipo mais comum foi o inflamatório (B1), somando 43,19% de toda amostra. A doença perianal acomete 29,58% dos pacientes avaliados. Com relação à terapia farmacológica, 63,38% dos pacientes fazem uso de algum biológico, sendo os mais utilizados, os anti-fator de necrose tumoral (anti-TNF): 51,11% infliximabe e 46,67% adalimumabe. Entre os pacientes que fazem uso de imunobiológico, destacam-se os pacientes com acometimento L3 - 19,26%, fenótipo estenosante (B2) - 37,14% e com presença de doença perianal - 40,63%. Dentre os pacientes avaliados, 49,8% necessitaram de internação e 40,8% de algum procedimento cirúrgico. Conclusão: Podemos demonstrar, a partir da análise quantitativa dos casos de DC do HUGG, que os mesmos apresentam perfil com tendência semelhante à descrita na literatura, com relação à média de idade do diagnóstico e uso de biológicos em pacientes com doença grave, principalmente as ileocolônicas e no fenótipo estenosante. A terapia biológica revolucionou o tratamento da doença inflamatória intestinal ao reduzir o número de internações e cirurgias.