XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: TRATAMENTO VIDEOLAPAROSCÓPICO NO ABSCESSO HEPÁTICO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: JDGS, 54 anos, deu entrada em hospital referência de Goiânia no dia 22/06/22, em Goiás, com quadro de dor abdominal, febre, hiporexia, perda ponderal de 12kg em 20 dias., e apresenta tomografia computadorizada de abdome (TC) com hepatomegalia e massa hepática em segmento IV. Negou alergias e comorbidades, etilismo e tabagismo e refere herniorrafia umbilical prévia. Durante internação, paciente evoluiu bem, sem intercorrências e uma nova TC evidenciou uma formação expansiva no lobo esquerdo do fígado com sinais inflamatórios e linfonodomegalias, lesão de paredes espessadas e presença de septações internas medindo cerca de 10,6 x 9,3 x 8,3 cm, deslocando o antro pilórico cranialmente. Nos exames laboratoriais observou-se PCR 196,2; leucócitos 11900; gama-GT 154; fosfatase alcalina 170, porém, evoluiu com melhora na internação. A drenagem videolaparoscópica foi realizada no dia 01/07, sem intercorrências, e o pós-operatório sem complicações. Recebeu alta no 12º dia de internação em bom estado geral, assintomático e antibioticoterapia. Na cultura da secreção hepática não houve crescimento de bactérias patogênicas. DISCUSSÃO: Os abscessos hepáticos são descritos desde Hipócrates, com duas etiologias principais: piogênica e amebiana. Os abscessos hepáticos piogênicos são principal tipo de abscesso visceral e, por serem de evolução grave e potencialmente fatal se não tratados, é preciso agilidade no diagnóstico. Os sintomas são febre, dor abdominal, calafrios, perda ponderal, hiporexia e vômitos. O tratamento baseia-se na eliminação do fator causal da infecção, como a antibioticoterapia, por exemplo, e na drenagem da secreção hepática, mas deve-se levar em consideração o tipo, a localização e o tamanho do abscesso para definição completa do plano terapêutico. A videolaparoscopia nesse contexto permite a melhor avaliação da cavidade e diminuição do REMIT pós-operatório. Neste caso, devido as dificuldades no acesso à materiais adequados, houve necessidade de improvisação e criatividade da equipe cirúrgica, fato comum nos serviços do SUS. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar dos abscessos de origem piogênica serem o tipo mais comum e o paciente apresentar alterações clínicas, laboratoriais e de imagem compatíveis, não apresentou crescimento de bactérias na amostra. Mesmo diante das limitações encontradas, o tratamento videolaparoscópico de abscessos hepáticos ainda é indicado e deve ser colocado como primeira opção.

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

CHRISTIANE YUMI SILVA SHIGUEYAMA, ALEXANDRE AUGUSTO FERREIRA BAFUTTO, LUCIANO BATISTA MARTINS, RAFAEL CARVALHO FRANCO, MATHEUS DE PAULA SANTOS, MATEUS FELIX LOPES, CAMILA MARTINS DE ASSUNCAO, MARIA VITORIA DA SILVA PAULA CIRILO, BARBARA CUSTODIO RODRIGUES DA SILVA, JULIA RAQUEL SILVA DO O, PAULA PACHECO KATOPODIS