Dados do Trabalho

Título

Deglutição, voz e qualidade de vida em indivíduos com afecção esofágica

Resumo

Introdução: Dificuldades de deglutição e alterações vocais têm sido observadas em indivíduos com afecção esofágica, porém com pouco relato na literatura. Objetivo: Investigar problemas de deglutição, voz e a qualidade de vida de indivíduos internados com diagnóstico médico de afecções esofágicas. Método: Trata-se de um estudo exploratório, quantitativo, transversal e descritivo de uma amostra sem grupo controle. realizado nos setores unidade clínica, unidade cirúrgica e pronto socorro adulto em um Hospital Universitário de Goiânia/GO, aprovado pela Comissão de Pesquisa e pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob parecer número 4.547.567. A amostra foi composta por 20 indivíduos com idade entre 18 e 65 anos sendo 08 do sexo feminino e 12 do masculino, diagnosticados com afecção esofágica.Todos os participantes assinaram o TCLE e responderam os seguintes protocolos: Autoavaliação da Identificação do Risco de Disfagia (Eating Assessment Tool – EAT-10), Escala de Sintomas Vocais (ESV), Escala de Desconforto do Trato Vocal (EDTV) e Questionário de Qualidade de Vida da Universidade de Washington (UW-QOL Questionnaire). Foi coletado em prontuário a via de alimentação utilizada pelos participantes. Resultados: Quanto ao diagnóstico médico de afecção esofágica 40% apresentaram diagnóstico de megaesôfago chagásico, 20% varizes esofágicas, 15% estenose caústica, 10% carcinoma espinocelular de esôfago, 20% megaesôfago idiopático e 5% atresia de esôfago. No protocolo EAT-10 média de escore foi de 16,40 pontos. Na ESV a média do escore total foi 31,5±23,62 pontos, os domínios “limitação”, “físico” e “aperto” apresentaram média de 18,30±14,11, 5,45±6,19, 7,75±5,47 pontos. Tanto no EAT-10 quanto na ESV, os indivíduos apresentaram média acima da nota de corte dos intrumentos. Os principais sintomas/sensações referidos na EDTV foram: “bola na garganta”, “secura” e “aperto”. No UW-QOL Questionnaire os domínios que apresentaram maior impacto na qualidade de vida foram: ansiedade, dor e humor. Houve significância estatística entre os escores de todos os protocolos e os diagnósticos, exceto para o UW-QOL Questionnaire. Conclusão: Os indíviduos com as afecções esofágicas inclusas no estudo apresentaram risco para disfagia e disfonia com média de pontuação muito acima da nota de corte dos instrumentos. As afecções esofágicas incluídas impactam diretamente na autopercepção do indivíduo em relação ao desempenho funcional da deglutição, produção vocal e qualidade de vida.

Área

Gastroenterologia - Esôfago