XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CIRURGIA DE SERRA DORIA PARA O TRATAMENTO DE MEGAESÔFAGO CHAGÁSICO: RELATO DE CASO

Resumo

Descrição do caso: Neste trabalho, relata-se a história de um paciente de 57 anos, sexo masculino, que iniciou acompanhamento no ambulatório de cirurgia geral da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia em 2020 ao apresentar quadro de pirose e disfagia progressiva que se iniciara há mais de 15 anos. O paciente apresentava de história prévia Doença de Chagas, descoberta 2 anos antes do início do acompanhamento. Referia também um quadro de arritmia cardíaca. Devido à pandemia, perdeu acompanhamento no hospital de referência, retornando em 2022 com piora significativa do quadro, o qual conseguia ingerir apenas alimentos líquidos e pastosos. Foram realizados exames pré-operatórios e agendada a cirurgia eletiva de acalasia (cardiomioplastia). Foram realizados os seguintes exames para melhor discussão de técnica cirúrgica: EDA, que demonstrou uma dilatação esofágica e gastrite enantematosa de antro gástrico, e REED, que classificou em megaesôfago grau IV – esôfago com calibre aumentado com líquido de estase no interior, afilamento do terço distal do esôfago torácico com aspecto de ponta de lápis. A técnica cirúrgica escolhida foi uma gastrectomia parcial + esofagogastroplastia + gastroenteroanastomose + enteroenteroanastomose + toracotomia com drenagem pleural fechada à esquerda. A peça retirada foi enviada ao laboratório anatomo patológica e avaliada em 4 blocos com vários fragmentos. O diagnóstico foi compatível com quadro de gastrite crônica leve inativa com pesquisa de H. pylori negativa e ausência de sinais de malignidade. Discussão: No megaesôfago chagásico haverá uma obstrução no nível da junção gastroesofágica e o paciente apresentará como sintomas: disfagia, regurgitação, dor torácica, perda de peso e pirose. Além do quadro clínico, para fazer o diagnóstico é recomendado solicitar endoscopia digestiva alta, raio X contrastado e manometria. As opções terapêuticas incluem mudanças na dieta e nos hábitos de vida, o uso de medicamentos, procedimentos endoscópicos e cirurgia. Opta-se por um tratamento mais invasivo em pacientes com megaesôfago graus III e IV. No Brasil, devido muitos pacientes serem diagnosticados já com megaesôfago avançado, a operação de Serra-Doria é muito realizada. Considerações Finais: Delimitar seu tratamento ainda é muito controverso e vai depender do grau de classificação da doença. A cardioplastia associada a gastrectomia com reconstrução em Y de Roux (cirurgia de Serra-Dória) tem-se mostrado promissora.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

RICARDO DUARTE MARCIANO, ALEXANDRE AUGUSTO FERREIRA BAFUTTO, LUCIANO BATISTA MARTINS, RAFAEL CARVALHO FRANCO, MATHEUS DE PAULA SANTOS, MATEUS FELIX LOPES, BARBARA CUSTODIO RODRIGUES DA SILVA, BRUNNA VERUSKA DE PAULA FARIA, MERCIELLE FERREIRA SILVA MARTINELLE, GABRIEL NASCIMENTO KOFFS