XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Abdome Agudo não traumático pós pandemia SARS-COV-2

Resumo

Introdução: Na pandemia por SARS-COV-2, foi notória a diminuição no atendimento médico de patologias cirúrgicas relacionadas ao abdome agudo não traumático. A vacinação e a consequente diminuição dos casos de COVID, levou a população ao retorno da busca pelos pronto-atendimentos.
Objetivo: Descrever as características clínico-epidemiológicas dos pacientes portadores de abdome agudo não traumático, atendidos em pronto atendimento referência em cirurgia de urgência e emergência, após segunda e terceira onda COVID 19.
Metodologia: Foi realizado estudo retrospectivo, com análise do prontuário eletrônico dos pacientes portadores do diagnóstico sindrômico de abdome agudo de causa não traumática, atendidos no período de março de 2021 a maio de 2022, no pronto atendimento de hospital público referência para cirurgia de urgência e emergência, na cidade de São Paulo. Os dados foram coletados em planilha de Excel para posterior análise descritiva. Informações incompletas no prontuário foram motivos de exclusão do caso na amostra avaliada.
Resultados: Foram identificados 132 pacientes com abdome agudo não traumático, atendidos no referido período. A idade variou de 45±19 anos, sendo a maioria do sexo feminino com 77 casos (59%). Quanto a classificação, os casos foram distribuídos da seguinte forma: 76 (57%) abdome agudo inflamatório, 21 (15%) perfurativo, 32 (24%) obstrutivo, 3 (2%) vascular. Foram identificados e tratados neste período 56 casos de apendicite aguda (42%), 27 (20%) neoplasias malignas, 8 (6%) casos de hérnias encarceradas, 5 (3,7%) úlceras péptica perfuradas, 4 (3%) isquemias mesentéricas, 4 (3%) diverticulites, entre outras. A apendicectomia aberta foi o procedimento cirúrgico mais realizado, seguido da laparotomia exploradora e colectomia segmentar na urgência. Em relação às complicações (Clavien-Dindo) foi evidenciado: 23 óbitos (17%), 13 eviscerações (9,8%) e 8 (6%) pneumonias. Em relação aos óbitos, as principais causas de base foram: 12 casos (52%) de tumor, 2 (8,6%) úlceras pépticas perfurada, e 2 (8.6%) vasculares.
Conclusão: Concluímos que a procura aos prontos atendimentos vem recuperando a demanda pré pandemia. Observamos, também, a maior incidência de abdome agudo inflamatório, sendo apendicite aguda a patologia mais tratada cirurgicamente.

Área

Cirurgia - Miscelânea

Autores

Ana Carolina Bueno Santana, Ana Paula Ceolin Polo, Eduardo Ribeiro Fardim, Bernardo Fontel Pompeu, Luís Fernando Paes Leme