XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Mortalidade do câncer colorretal na população brasileira no período de 2005 a 2020

Resumo

Introdução
Mundialmente, o câncer colorretal (CCR) é a principal neoplasia maligna do trato gastrointestinal. No Brasil, é a terceira maior causa de mortalidade por neoplasia maligna e, se diagnosticado precocemente, pode ser tratável e curável. Assim, o conhecimento de dados epidemiológicos acerca de sua mortalidade em nosso meio pode contribuir para o monitoramento, planejamento e desenvolvimento de ações para controle dessa neoplasia.
Objetivo
Descrever a taxa de mortalidade por CCR no Brasil entre 2005 e 2020.
Método
Estudo ecológico longitudinal através da análise de informações secundárias do Ministério da Saúde disponíveis nos bancos de dados “Atlas de Mortalidade por Câncer” e “Sistema de Informação sobre Mortalidade” - SIM. Foram analisados dados referentes a óbitos por CCR (incluídas neoplasias malignas de cólon, junção retossigmoide e reto - códigos C18 a C20 da classificação internacional de doenças – CID-10), no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2020. Definiu-se óbito por CCR aquele em que a doença constava como a causa básica da morte na declaração de óbito. Foram obtidos dados relativos ao número total de óbitos por CCR, taxa de mortalidade de CCR por 100.000 habitantes, comparando-se os dois gêneros e analisada sua tendência no período. Também foi calculada a porcentagem de óbitos por CCR em relação a todos óbitos por neoplasias malignas no período. Utilizou-se para base populacional dados providos pelo Censo Brasil, disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Resultados
Em 2005, ocorreram 10.082 óbitos por CCR e a taxa de mortalidade foi de 5,45/100.000 habitantes. Durante o intervalo de dezesseis anos estudado, a mortalidade por 100.000 habitantes foi aumentando progressivamente até atingir 9,07 em 2020 (19.205 óbitos neste ano). Quando comparados os sexos, a taxa de mortalidade por 100.000 habitantes foi de 5,25 em 2005 e 9,12 em 2020 no sexo masculino; entre mulheres, foi de 5,64 em 2005 e 9,02 em 2020. Em 2005, as mortes por CCR correspondiam a 6,9% dos óbitos por câncer no país; no período estudado, houve aumento progressivo nessa porcentagem, que chegou a 8,5% em 2020.
Conclusão
A análise dos indicadores de saúde estudados permite sugerir que devam ser adotadas estratégias educativas e preventivas mais eficientes para profissionais de saúde e população geral, visando prevenção, diagnóstico precoce da doença que, se diagnosticada tardiamente, tende a ser mais avançada e com pior prognóstico.

Área

Gastroenterologia - Miscelânea

Autores

Enzo Olivotti Algarve, Mariana Tafner Perondini, Rafaela Cristina Goebel Winter Gasparoto