XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Hepatocarcinoma de células pleomórficas: Relato de caso

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente G.P.S., 58 anos, sexo feminino, com queixa de dor em cólica em hipocôndrio direito, constante há 2 meses, associada a náuseas, vômitos, hiporexia e perda ponderal de 10kg no período. Ao exame físico abdominal: hepatomegalia, com borda hepática a 20cm do rebordo costal, sem sinais de irritação peritoneal, indolor à palpação. Sinal de piparote negativo. Achados tomográficos: lesão com degeneração cístico/necrótica, volume de 2.831ml, em lobo direito, deslocando estruturas vasculares, sem invasão. As hipóteses diagnósticas eram de hemangioma gigante, sarcoma e hepatocarcinoma. Frente a critérios de ressecabilidade, a paciente foi submetida à hepatectomia direita e colecistectomia com incisão de Makkuchi e lesão de aspecto neoplásico de aproximadamente 25x25cm com áreas de degeneração e consistência endurada com vasos colaterais calibrosos foi ressecada. Por fim, foi realizado histopatológico da peça apresentando neoplasia epitelial com atipias severas, mitoses atípicas e abundante necrose e estudo imuno-histoquímico (IMH) sugestivo de hepatocarcinoma pleomórfico. Paciente evoluiu bem no pós-operatório, sem complicações, com ressecção total da lesão e seguimento ambulatorial. DISCUSSÃO: O carcinoma hepatocelular (CHC) é um tumor epitelial derivado dos hepatócitos, apresentando-se como massa unifocal, nódulos multifocais ou difusamente infiltrante. A lesão possui crescimento contíguo e nódulos satélites. Metástases para sistema da veia hepática ou pulmão são mais comuns. O CHC corresponde a 80% dos casos de tumor hepático primário e o tipo pleomórfico é um dos três tipos histológicos mais comuns. A clínica pode ser inespecífica como: dor abdominal, massa palpável, emagrecimento, hiporexia, adinamia, ascite, icterícia, febre, entre outros. Essas, associada à função hepática comprometida e exame de imagem sugestivo, pode concluir o diagnóstico. O tratamento envolve embolização portal, radioterapia, transplante hepático ou hepatectomia parcial que pode atingir sobrevida em cinco anos de até 70% e possibilidade de recidiva em 50%, sendo necessário acompanhamento ambulatorial e rastreio ultrassonográfico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ainda há poucos relatos de hepatocarcinoma de células pleomórficas na literatura, e, por isso, é mais difícil a certeza do diagnóstico da paciente do caso, mesmo com estudo IMH. Porém, apesar da incerteza do tipo de lesão hepática, o caso foi bem conduzido e teve sucesso no tratamento com hepatectomia parcial.

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

MANOEL LEMES DA SILVA NETO, JULIANO SERVATO DE OLIVEIRA, LUCIANO BATISTA MARTINS, RAFAEL CARVALHO FRANCO, MATHEUS DE PAULA SANTOS, AMANDA CONCEICAO LOPES, UBIRATAN RODRIGUES DE GODOY NETO, MATEUS FELIX LOPES, BARBARA DE MAGALHAES SOUZA GOMES, CAMILA DE ASSUNCAO MARTINS, JULIA RAQUEL SILVA DO O, GABRIEL NASCIMENTO KOFFS, PAULA PACHECO KATOPODIS