Dados do Trabalho
Título
Terapia endoscópica à vácuo para fístula de anastomose esofagojejunal
Resumo
APRESENTAÇÃO DO CASO:
Paciente do sexo masculino, 56 anos, diagnosticado com adenocarcinoma em transição esofagástrica, classificação de Siewert III, submetido à Esofagogastrectomia com linfadenectomia mediastinal e retroperitoneal e gastroplastia em Y-de-Roux com anastomose esofagojejunal intratorácica, sem intercorrências imediatas. Evoluiu no terceiro dia do pós-operatório com choque séptico.
Realizada tomografia computadorizada de tórax com achados sugestivos de empiema à direita e material gasoso no entorno da anastomose esofágica sugestivo de trajeto fistuloso. Em Unidade de Terapia Intensiva, optou-se por intubação orotraqueal, suporte hemodinâmico, drenagem de tórax à direita e antibioticoterapia de amplo espectro. Manteve-se a drenagem de tórax com cerca de 600 a 1000 ml diário, progredindo com melhora clínica.
Ao décimo nono dia do pós-operatório foi realizada uma endoscopia digestiva alta que visualizou mucosa íntegra em todo o órgão até anastomose esofagojejunal, localizada a cerca de 33 cm da arcada dentária superior. Notou-se, em parede lateral direita da anastomose esofagojejunal, óstio fistuloso, medindo cerca de 10 mm, com fibrina. Durante o procedimento foi realizada passagem de sonda nasogástrica número 16 com sistema de vácuo modificado, intraluminal, com extensão de cerca de 12cm. Alocada extremidade distal de sonda em alça alimentar e extremidade proximal em esôfago, além de passagem de sonda nasoenteral em alça alimentar. Realizada lavagem com soro fisiológico do sistema de vácuo diariamente e troca do sistema de vácuo sob visão endoscópica a cada 5 a 7 dias. Durante as trocas, no total de 4 trocas, foi observado diminuição do óstio fistuloso até fechamento completo após 16 dias de terapia, quando foi retirado o dreno de tórax.
O paciente evoluiu com alta da Unidade de Terapia Intensiva após três dias e alta hospitalar após cinco dias após terapia à vácuo.
DISCUSSÃO:
As fístulas são defeitos transmurais gastrointestinais. A terapia endoscópica a vácuo possui propriedades que promovem uma microdeformação e alterações na perfusão que resultam na proliferação e migração celular necessárias à cicatrização. Além disso, permite o controle do exsudato e eliminação bacteriana.
COMENTÁRIOS FINAIS:
A terapia endoscópica a vácuo é um método relativamente novo, pouco invasivo que está sendo associado com resultados favoráveis de resolução de fístulas e outros defeitos do trato gastrointestinal.
Área
Endoscopia - Endoscopia digestiva alta
Autores
Galileu Ferreira Ayala Farias, Simão Barbosa Silva, Maria Tereza Oliveira Pereira Santos, Laura Sousa Rocha, Vivian Glória Coutinho Silva, Pedro Quaranta Alves Cavalcanti, Maria Clara Santos de Paula Pessoa, Alberto Machado da Ponte Neto, Ricardo Rangel de Paula Pessoa , Fred OLAVO ARAGAO ANDRADE Carneiro