XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

SARS-COV-2 EM UMA COHORT DE PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL

Resumo

Introdução: A infecção pelo SARS-CoV-2 apresenta maiores taxas de morbidade e mortalidade em idosos, em pacientes com condições médicas pré-existentes, principalmente aquelas que comprometem o sistema imunológico. A doença inflamatória intestinal é causada por uma resposta imune desordenada, sendo frequente a utilização de imunossupressores e imunomoduladores, tendo sido motivo de preocupação os desfechos relacionados ao vírus durante a pandemia.
Objetivo: Avaliar infecção SARS-CoV-2 e desfechos clínicos em uma cohort de pacientes com doença inflamatória intestinal.
Método: Estudo transversal prospectivo, realizado em uma cohort de pacientes acompanhados no ambulatório de doença inflamatória intestinal de um hospital universitário, durante 1º semestre de 2022, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do hospital, com amostragem aleatória. Participaram da pesquisa pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos e que assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos: tipo de doença inflamatória intestinal, tempo de diagnóstico, atividade da doença, comorbidades, histórico da infecção por SARS-CoV-2 e os sintomas apresentados durante a infecção. Foram considerados positivos para SARS-CoV-2 aqueles que apresentaram o teste RT-PCR (reverse-transcriptase polymerase chain reaction) positivo. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS, versão 22.0, nível de significância p<0,05.
Resultados: Dos 138 pacientes, 56,5% tinham retocolite (n=78), 43,5% Crohn (n=60), sendo 54,35% eram do sexo masculino (n=75), 45,65% feminino (n=63), com média de idade de 45,13 (±16,05) anos. Dentre as comorbidades, 16,7 % eram diabéticos (n=23), 15,9% hipertensos (n=22), 3,6% afirmaram doenças respiratória prévias ao covid-19 (n=5). A prevalência de infecção por SARS-CoV-2 foi 31,2% (n=43), 39,5% Crohn (n=17) e 60,5% retocolite (n=26), um paciente referiu dois episódios de COVID-19 (0,7%). Os sintomas mais prevalentes foram: 65,12 % febre (n=28), 53,49% cefaleia (n= 23), 51,16% mialgia (n=22), 48,84% tosse (n=21) e calafrios (n=21), 46,51% anosmia e disgeusia. Além disso, 30,23 % relataram falta de ar (n=13), porém negaram a necessidade de internação hospitalar.
Conclusão: Os resultados preliminares mostram que aproximadamente, um terço dos pacientes com doença inflamatória intestinal apresentaram infecção por SARS-CoV-2, sem casos de maior gravidade que necessitassem de internação.

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

Francisca Isabelle da Silva e Sousa, Victória Danielly Rabelo Almeida, Raiza Lima Silva, Mateus Mendes Santos Freire, Guilherme Martins Oliveira, Maria Tereza Oliveira Pereira Santos , Gabriel Lucas Ferreira da Silva, Sâmya Correia Marques, Cezar Nilton Rabelo Lemos Filho, Simão Barbosa Silva, Leonardo Freire Alves Nogueira, Luiz Eduardo Soares Martins , Thais Carvalho de Abreu, Marcellus Henrique Loiola Ponte de Souza, Lucia Libanez Bessa Campelo Braga