XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Perfil clínico e laboratorial dos pacientes com Doença Hepática Gordurosa não-alcoólica (DHGNA) no Hospital Universitário de Sergipe.

Resumo

Introdução: Com o grande aumento dos casos de diabetes e obesidade, também cresceram os casos de DHGNA, afetando 25% dos adultos no mundo. O espectro que abrange a DHGNA é amplo e varia desde esteatose simples até a esteato-hepatite não-alcoólica (NASH). Esta última podendo evoluir para fibrose, que levam à cirrose e a carcinoma hepatocelular. Devido aos grandes impactos na qualidade de vida, esses indivíduos com doenças terminais acabam se tornando os principais na fila do transplante hepático.
Objetivo: Avaliar o perfil clínico e laboratorial dos pacientes com DHGNA no Hospital Universitário de Sergipe.
Método: Trata-se de um estudo transversal aninhado a uma coorte desenvolvido no Hospital Universitário de Sergipe e na Clínica Endogastro com amostra de 102 pacientes. Foram incluídos pacientes com DHGNA em variados estágios de gravidade da doença. Na amostra, foram avaliados os exames laboratoriais, patologias prévias e os scores de grau de esteatose A partir disso, foi realizada a análise descritiva através da frequência absoluta e relativa, medidas de tendência central e variabilidade.
Resultados: Os resultados trouxeram maior prevalência de NASH em pacientes com Diabetes Mellitus (71,4%) em comparação aos não NASH (17,4%), e Hipertensão em 68% dos pacientes com NASH contra 43,3% entre os não NASH. Tabagismo e etilismo também foram mais presentes naqueles portadores de NASH. Em contrapartida, o IMC dos pacientes não NASH teve maior variação (18,97 a 46,26 kg/m²) em comparação aos pacientes NASH (19,37 a 41,15 kg/m²). A mesma situação se deu com a circunferência abdominal e peso. Pacientes NASH e não NASH não apresentavam muita diferença com relação a hipercolesterolemia (48,9% e 50%, respectivamente). Todavia, a glicemia e os triglicerídeos atingiram maiores medidas naqueles portadores de NASH do que os não NASH. Os marcadores de score também apresentaram maior gravidade nos resultados dos pacientes com NASH (NAFLD: -1,265 a 1,57 contra -1,81 a 1,32; FIB-4: 1,427 a 0,66 contra 1,071 a 0,43), mas o APRI não apresentou mudanças significativas (0,44 a 0,24 contra e 0,47 a 0,23).
Conclusão: A partir dos resultados, temos que as patologias prévias e hábitos de vida não saudáveis a longo prazo estão mais associados aos pacientes com Diabetes Mellitus e Esteato-hepatite. Portanto, a avaliação do paciente por completo, com atenção na clínica, exames laboratoriais e Scores marcadores de gravidade, é importante no prognóstico da DHGNA, indicando o avanço do quadro.

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Nila Vitória Mendes Oliveira Santos, Tereza Virginia Nascimento, Tatiana Moura Lays Bomfim, Carlos Anselmo Lima, Marcos Antônio Prado Nunes, Nathalia Luiza Silva Sobral