XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Avaliação manométrica do esôfago em pacientes portadores de Síndrome de Sjogren

Resumo

Introdução: A Síndrome de Sjogren (SS) é uma desordem autoimune infiltrativa mediada por linfócitos, caracterizada pela destruição das glândulas exócrinas. O dano glandular leva à disfunção secretora gerando ressecamento das membranas mucosas. A xerostomia e a xeroftalmia são os sintomas clássicos associados à (SS), ocorrendo em 80% dos pacientes. No entanto 25% a 30% também apresentam envolvimento esofágico, marcado pela disfagia. Objetivo: Descrever o padrão manométrico, por manometria de alta resolução (MEAR), do esôfago nos portadores de (SS) e correlacionar os achados manométricos com as queixas de disfagia, xerostomia e DRGE. Método: Estudo observacional e transversal. Após aprovação do Comitê de Ética e assinados os termos de consentimento, foram analisados 25 prontuários, entre os dias 06/10/2021 a 30/12/2021 de portadores de (SS) com 18-75 anos. Foram analisados: idade, sexo, xerostomia, disfagia e DRGE em endocopia prévia. Seguida pela realização da (MEAR), para identificar a associação entre a (MEAR) e os sintomas esofágicos foi utilizado o teste exato de Fisher Resultados: A média de idade foi 52,24 (96 % feminino; 4 % masculino). 76 % queixavam disfagia e 92 % xerostomia. 76 % apresentavam alguma alteração manométrica (64 % motilidade esofagiana ineficaz (MEI) e 36,84 % EEI hipotônico). Indivíduos com xerostomia tiveram prevalência maior de dismotilidade esofágica - 78,26 % e a xerostomia esteve presente em 100 % dos disfágicos, que por sua vez, tiveram 100 % de alteração manométrica. 25 % dos indivíduos que não queixavam disfagia tiveram manometria alterada. Naqueles participantes com DRGE 100 % tiveram manometria alterada. Dos que não apresentavam DRGE 71 % apresentam manometria alterada Conclusão: A prevalência de disfagia, xerostomia e dismotilidade na (SS) é elevada, sendo que as principais alterações manométricas encontradas foram (MEI) e hipotonia do EEI. A sensibilidade da disfagia e da xerostomia para dismotilidade esofágica é alta e por esse motivo pacientes com disfagia e/ou xerostomia devem ser submetidos à (MEAR). Contudo, um quarto dos indivíduos sem disfagia também podem ter alteração manométrica. Já a EDA não é um bom exame de triagem para inferir dismotilidade esofágica, pois pacientes com alterações endoscópicas como a DRGE têm dismotilidade mais frequentes, mas pacientes sem DRGE também podem apresentar dismotilidade.

Área

Gastroenterologia - Esôfago

Autores

Bianca Seixas Gonçalves, Abadia Gilda Buso Matoso, Juliana Markus, Nestor Barbosa de Andrade, Edmar Silva de Araújo Júnior, Carlos Alberto Leal Valias, Clícia Milena dos Santos, Victor Pereira Chaves