XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ESPOROTRICOSE EM PACIENTE COM RETOCOLITE ULCERATIVA EM USO DE TERAPIA IMUNOBIOLÓGICA

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO:
Masculino, 22 anos, com diagnóstico de Retocolite Ulcerativa, em 2017. Fez uso de mesalazina e azatioprina, sem melhora. Realizou quimioprofilaxia para tuberculose com isoniazida por 6 meses no período. Em janeiro 2021, iniciou infliximabe 500 mg, em associação com metotrexato 15mg/ semana semana, com resolução dos sintomas. Em julho de 2021, paciente com lesão pápulo ulcerada no segundo quirodáctilo direito, associada à cordão eritematoso que se estendia do antebraço até a axila direita, após ser mordido por seu gato, que faleceu dias após o acidente. Após 15 dias do início da lesão, apresentou eritema nodoso. Realizado diagnóstico de esporotricose de forma linfocutânea. Iniciado tratamento sistêmico com itraconazol- 100mg ao dia, por 3 meses, com cicatrização completa das lesões. Durante o tratamento da esporotricose, em decisão compartilhada com Infectologia, paciente manteve o uso do metotrexate e infliximabe. Neste período, apresentou recidiva clínica da retocolite (pancolite). Apesar da infecção fúngica em tratamento, optado por otimizar a dose do Infliximabe para 10mg/kg. Atualmente, paciente encontra-se com retocolite ulcerativa controlada e com a esporotricose curada.
DISCUSSÃO:
O uso de terapia imunobiológica com inibidores anti-TNF alfa é uma opção de tratamento para casos moderados a graves de retocolite ulcerativa. Pacientes em uso desta classe de medicação, podem ter risco aumentado de infecções oportunistas, causadas por bactérias e fungos, já que o TNF desenvolve papel importante na imunidade inata humoral e celular. A esporotricose é uma doença fúngica granulomatosa, que possui como agente etiológico o fungo Sporothrix schenkii, com transmissão principalmente por inoculação traumática do fungo na pele, acometendo tanto animais quanto humanos, tendo a forma cutânea e linfocutânea como apresentações clínicas mais comuns. O diagnóstico é feito com história clínica, exame físico e isolamento do fungo por cultura. O tratamento é com antifúngicos, sendo o itraconazol primeira linha de tratamento.
COMENTÁRIOS FINAIS:
É fundamental a vigilância infecciosa em pacientes imunocomprometidos em uso de terapias anti-TNF alfa, uma vez que esses pacientes apresentam risco aumentado para apresentações graves e disseminadas.

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

Ana Paula Godoy Finger, Artur de São Thiago Gomes, Jéssica Fretta Machado, Letícia Bee, Odery Ramos Junior, Thaisa Kowalski Furlan