Dados do Trabalho

Título

APENDICITE FÚNGICA POR CRIPTOCOCOS EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE - CASO RARO

Resumo

RELATO DE CASO: Paciente feminina, 56 anos, imunocompetente, com quadro de diarreia líquida há quatro dias. Referiu melhora espontânea, porém após 3 dias evoluiu com dor abdominal de forte intensidade em fossa ilíaca direita e inapetência. Exames laboratoriais com leucocitose com desvio à esquerda. Tomografia computadorizada de abdome evidenciando apêndice cecal aumentado. Foi submetida a apendicectomia videolaparoscópica sem intercorrências com peça cirúrgica enviada para anatomopatologia (AP). Resultado com parede apendicular com presença de fungo esporuliforme com morfologia compatível com Criptococcus neoformans, com diagnóstico de apendicite aguda fúngica. Foi submetida a exames para pesquisa de imunossupressão, que não mostraram nenhuma alteração.

DISCUSSÃO: A apendicite aguda continua a ser emergência cirúrgica de abdômen agudo mais comum e o seu pico de incidência é durante a segunda e terceira décadas de vida, mas pode ocorrer a qualquer momento, desde a infância à idade muito avançada. A apendicite fúngica é um evento raro, que, nos poucos relatos da literatura, apresenta-se em sua maioria em pacientes imunocomprometidos. Sua apresentação clínica ocorre de maneira insidiosa, com quadro inicial inespecífico, podendo levar alguns dias até que seja diagnosticada a causa. O quadro de apendicite fúngica em imunocompetentes apresenta-se ainda mais lento, mas menos agressivo, uma vez que em imunossuprimido é necessário empregar tratamento tão agressivo quanto a doença, sendo imprescindível o uso de antifúngicos.

CONCLUSÃO: O diagnóstico da apendicite fúngica deve promover a investigação de infecções fúngicas mesmo em pacientes imunocompetentes, assim como pacientes em imunossupressão devem ter como diagnóstico diferencial de dor abdominal localizada a apendicite, devido a agressividade da doença e necessidade de tratamento rápido e eficaz.