Dados do Trabalho
Título
Ascite quilosa por fístula linfática: relato de caso
Resumo
APRESENTAÇÃO DE CASO
Masculino, 58 anos, etilista, tabagista. Interna em 2016 com pancreatite aguda biliar necrotizante, tem evolução com pseudocisto pancreático entre cabeça e cauda pancreática. Apresenta outras internações com episódios de pancreatite aguda, com evidência de aumento das dimensões de pseudocistos pancreáticos em exames de imagem de controle. Nesse período, apresentou perda de 30 kg em 5 anos, com realização de 2 punções aspirativas de agulha fina de lesão (2018 e 2021), sem alterações sugestivas de neoplasia. Em 2020, em exame de Ressonância Magnética evidencia-se a compressão de ducto pancreático e da junção venosa esplenomesentérica. Em fevereiro de 2021, Tomografia Computadorizada com presença de ascite. Paracentese diagnóstica, com líquido quiloso, triglicerídeos elevados (1612mg/dL), sem peritonite bacteriana espontânea. Linfocintilografia em abril de 2022 com fístula linfática para cavidade abdominal, de origem em cadeia linfática lombar. Inicia, então, com nutrição parenteral total (NPT) e octreotide com vistas à redução de fluxo linfático, sem sucesso. Paciente evolui com ascite refratária, necessidade de paracentese de alívio a cada 3 dias, é inserido cateter de diálise peritoneal para retirada de líquido ascítico. Após 1 ano desse procedimento, paciente evolui com distúrbios hidroeletrolíticos, desnutrição grave, infecção e óbito.
DISCUSSÃO
Ascite quilosa é uma forma rara de ascite, diagnosticada com a presença de líquido leitoso na cavidade peritoneal, com triglicerídeos elevados. As principais causas são malformações linfáticas, ruptura linfática após cirurgia ou trauma abdominal, infecções, cirrose, malignidade. Medidas conservadoras são descritas como redução na produção e no fluxo de linfa e manter bom estado nutricional.
COMENTÁRIOS FINAIS
A ascite quilosa é rica em nutrientes, imunoglobulinas, que se tornam indisponíveis biologicamente, aumentando risco de imunossupressão, desidratação, desnutrição, distúrbio eletrolítico e até mesmo óbito. Portanto, é importante que o diagnóstico seja precoce a fim de que medidas terapêuticas possam ser realizadas.
Área
Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares
Autores
Jéssica Nunes Müller, Guilherme Gruchowski Vieira, Mariana Rodrigues, Bibiana Possobon Burmann, Diego Michelon de Carli, João Carlos Cantarelli Júnior, Eduardo Buzatti Souto, Daniela Gomez da Costa, Caroline Canabarro Caurio, Alexandre Rampazzo, Alessandro Theisen Fischer, Rafael Fabiano Silveira da Costa