Dados do Trabalho

Título

TERAPIA ENDOSCÓPICA A VÁCUO PELO MÉTODO TT-EVT PARA TRATAMENTO DE FÍSTULA DE ANASTOMOSE COLORRETAL - UMA SÉRIE DE CASOS

Introdução

Introdução: Fístula de anastomose colorretal tem incidência que varia de 1 a 30% após cirurgia colorretal, com alto impacto na qualidade de vida, e morbimortalidade. A reoperação tem sido associada a alta taxa de mortalidade. O tratamento endoscópico a vácuo pelo método tubo sobre tubo (TT-EVT) é utilizado com sucesso para correção de fístulas do trato digestivo alto. Por outro lado, para fístula de anastomose colorretal, há poucos casos descritos.

Objetivo: Reportar uma série casos de terapia endoscópica a vácuo para tratamento de fistula de anastomose colorretal utilizando o método TT-EVT.

Método: Coorte retrospectiva conduzida em centro único, que avaliou os casos de fístula de anastomose colorretal tratados com terapia endoscópica a vácuo pelo método TT-EVT entre 2020 e 2022. As informações foram coletadas do prontuário eletrônico.

Técnica (TT-EVT): Consiste em dois drenos de calibres diferentes, acoplados e posicionados na luz intestinal ou no interior da cavidade e ligados a uma fonte a vácuo. Não são necessárias trocas ou utilização de esponja de poliuretano, e é possível a instilação de solução para limpeza da cavidade.

Resultados: Um total de 5 casos foram incluídos, 3 masculinos e 2 femininos, com idade entre 50 a 74 anos. 4 foram submetidos a retossigmoidectomia com anastomose colorretal e um a anastomose coloanal, com ou sem estomia derivativa. 2 foram operados por diverticulite e 3 por neoplasia. Todas as fístulas estavam localizadas próximo à anastomose acometendo entre 25 e 50% da circunferência. O tempo entre a cirurgia e o diagnóstico da fístula variou de 3 dias a 7 meses, e a terapia a vácuo foi iniciada entre 1 e 19 dias do diagnóstico. O dreno foi posicionado dentro da coleção ou na luz intestinal, por via transparietal (3), pela colostomia (1) ou por via transanal (1). 4 receberam antibióticos e foi realizada limpeza diária da coleção com solução antisséptica. A terapia a vácuo durou entre 14 e 30 dias, e neste período foram realizadas entre 2 e 4 endoscopias para avaliar progressão. Houve sucesso técnico e clinico em 100% dos pacientes. Ao final da terapia 2 pacientes evoluíram com estenose da anastomose, e foram submetidos a dilatação com sucesso.

Conclusão: Fístula de anastomose colorretal tem alta morbimortalidade, além impactar negativamente na qualidade de vida do paciente. O método TT-EVT consiste em alternativa que utiliza materiais baratos, amplamente disponíveis, com alta taxa de sucesso e com baixos índices de complicação.