Dados do Trabalho
Título
A importância da cromoscopia virtual para realizar diagnóstico óptico, em tempo real, de pólipos diminutos (> 5 mm) por endoscopistas que são adequadamente treinados.
Introdução
Introdução: A colonoscopia é considerada o exame padrão-ouro para avaliação de pólipos colorretais e câncer colorretal precoce, visando diminuir a incidência de mortalidade por câncer colorretal, no entanto, a ressecção de pólipos não-adenomatosos podem não trazerem benefícios e gerar custos desnecessários. Recentemente, tem crescido o papel do diagnóstico óptico por cromoscopia virtual, abrindo caminho para as estratégias de “ressecção e descarte” ou “deixar in situ”, porém esta prática ainda não é amplamente recomendada.
Objetivo: Avaliar o grau de acurácia do diagnóstico óptico em um serviço de endoscopia de São Paulo, em relação ao diagnóstico anatomopatológico (padrão-ouro) para pólipos diminutos (> 5mm) no reto.
Método: Estudo retrospectivo observacional, de exames colonoscópicos realizados no setor de endoscopia de um hospital terciário de São Paulo-SP, durante o primeiro trimestre de 2022. Foram analisados 127 pacientes, submetidos à cromoscopia virtual no reto, avaliando características como: cor, aspecto vascular, padrão de superfície dos pólipos colorretais diminutos (> 5mm), classificando-os como adenomatosos e não-adenomatosos. Esses pólipos foram ressecados e encaminhados para estudo histológico. Posteriormente foi realizada a análise comparativa dos diagnósticos. Foram excluídos os exames com preparo colônico considerado inadequado e os com alterações inflamatórias.
Resultados: Dos 127 pacientes, 77 (60,62%) eram do sexo feminino e 50 (39,37%) do sexo masculino. A idade média foi de 60,48 anos, variando de 25 a 84 anos. A análise resultou em 127 pólipos colorretais com os seguintes diagnósticos histopatológicos: 109 (85,82%) pólipos hiperplásicos; 17 (13,38%) adenomas tubulares com displasia de baixo grau e 1 (1,27%) lesão séssil serrilhada sem displasia. Confrontando esses resultados com os diagnostico ópticos realizados previamente, houve coincidência de diagnósticos em 120 (94,45%).
Conclusão: Pólipos diminutos raramente têm características de neoplasia avançada e as estratégias de “ressecção e descarte” ou “deixar in situ”, mediante o diagnóstico óptico por cromoscopia virtual, pode resultar em uma prática mais econômica e redução dos efeitos colaterais de uma polipectomia. O emprego da cromoscopia virtual no reto, na nossa amostra, demonstrou que o treinamento endoscópico para realizar diagnóstico óptico com base na cor, aspecto vascular e padrão de superfície, tem potencial promissor para prever a histopatologia de pólipos colorretais.
Área
Endoscopia - Colonoscopia
Autores
PAULA CRISTINA MORAIS FREITAS, HEMANOEL SOUSA RIBEIRO, TOMAZO ANTONIO PRINCE FRANZINI, RICARDO ANUAR DIB, ROSIVAL VICENTE PAULA , BRUNA RIBEIRO KRUBNIKI, PEDRO HENRIQUE TELES PRADO, ALEXIS CARVALHO HOOPER, BRUNA LEMOS SILVA, LIVIA MARIA PACELLI MARCON BIAGIONI, BRUNO TRENTINI, TEOFILO GALVÃO MENDONÇA, LUCAS VASCO ARAGÃO, MARIA BRUNA FEITOSA MATIAS