XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Uso de método térmico de contato em monoterapia na terapêutica endoscópica de hemorragia digestiva em um caso de úlcera gástrica com grande vaso visível.

Resumo

Apresentação do caso
Paciente masculino, 61 anos, ex-etilista, tabagista de 2 maços ao dia (CT 100 maços-ano), hipertenso sem tratamento, com antecedente em 2017 de hemorragia digestiva alta secundária a úlcera gástrica (A1 de Sakita/Forrest IIa) de 1,5 cm de diâmetro, localizada em pequena curvatura de corpo gástrico, na ocasião apresentando repercussão hemodinâmica e hematimétrica, corrigidas com medidas clínicas, quando foi submetido a duas endoscopias terapêuticas a partir de injeção de solução milesimal de adrenalina e escleroterapia com álcool absoluto em intervalo de 72 horas. Endoscopia de controle em 7 dias evidenciando adequada cicatrização, com biópsias negativas para malignidade.
Quatro anos depois, mantendo tabagismo, apresentou hematêmese e melena com repercussão hematimétrica e hemodinâmica, sendo estabilizado e realizada em Centro público de referência endoscopia com achado de sangramento por grande vaso em úlcera gástrica de 2 cm (A1 de Sakita) , localizada em pequena curvatura de corpo gástrico. Realizada hemostasia a partir de solução milesimal de adrenalina e etanolamina, porém evoluindo com ressangramento importante. Indicada nova endoscopia, realizada em 72h e, na indisponibilidade de hemoclipes no serviço, vaso visível foi coagulado com cateter bipolar do tipo Heater Probe, com sucesso e melhora clínica, sem ressangramento.

Discussão
Tabagismo e etilismo são importantes fatores de risco para úlceras pépticas. A classificação de Forrest é aplicada para predizer o risco de ressangramento a partir de achados endoscópicos, sendo a presença de vaso visível (Forrest IIa) lesão com 30-51% de risco, valor que supera Forrest Ib (sangramento em babação), por exemplo. Escleroterapia com adrenalina não é definitiva e somente deve ser realizada em associação com outro método de escleroterapia (álcool absoluto ou etanolamina) ou mecânico (clipes ou ligadura elástica), ou ainda métodos térmicos (sem contato -plasma de argônio/com contato - probes).

Comentários Finais
O caso em questão apresenta paciente com úlcera gástrica péptica que evoluiu para hemorragia devido grande vaso visível, de caráter recorrente e de difícil tratamento o que, associado à falta de recursos (hemoclipes, plasma de argônio) do setor na ocasião, levou à busca por alternativa terapêutica, felizmente exitosa, a partir do uso de probe térmico de contato, que tem a vantagem de tamponar fisicamente pela compressão, além do efeito térmico, gerando necrose por coagulação do tecido.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Kelson Lopes Pontes Albano Batista, Ana Paula da Silva Pereira Lopo, Rodrigo Aires de Castro