Dados do Trabalho
Título
Insuficiência pancreática exócrina transitória secundária a pancreatite aguda biliar grave
Resumo
Apresentação do Caso: Paciente do sexo masculino, de 54 anos, natural e procedente do Recife/PE, com história de dor abdominal em mesogástrio e bloating cerca de trinta minutos após as refeições, embora negasse esteatorreia. Tinha história de internamento há 3 meses por pancreatite aguda biliar grave há 4 meses da primeira consulta. Relatava também perda de cerca de 23 quilos durante o internamento, sem conseguir recuperar após alta hospitalar. Tolerava apenas dieta líquido-pastosa e evacuações Bristol 1 e 2, a cada 3 a 4 dias. Os exames laboratoriais mostravam anemia leve, glicemia de jejum e albumina normais. A tomografia de abdome identificou discreta redução do volume pancreático e esteatonecrose peripancreática. Devido ao quadro clinico altamente sugestivo e dificuldade de acesso aos exames confirmatórios, foi decidido pela prescrição de pancreatina 50.000 unidades durante as principais refeições e 25.000 unidades nos lanches. Após seis meses de tratamento o paciente recuperou 17 quilos e encontrava-se assintomático. Foi realizada RNM de controle, que mostrou resolução quase completa das áreas de esteatonecrose peripancreática identificadas na avaliação prévia, restando apenas discreta quantidade de líquido adjacente à cauda pancreática e ao hilo esplênico. Foi decidido então pela suspensão da pancreatina, com recuperação completa do peso perdido e melhora clínica no seguimento de um ano. Discussão: A esteatorreia só ocorre com perda de 90% da função pancreática. A apresentação mais comuns inclui bloating, diarreia, dor abdominal e deficiência de vitaminas lipossolúveis. Os casos de insuficiência pancreática exócrina leve a moderada são de difícil diagnóstico. Na ausência de exames mais específicos nos casos inicias, pode ser feito teste terapêutico com reposição enzimática. Os paciente que apresentam pancreatite aguda grave devem ser avaliados rigorosamente pela alta possibilidade de insuficiência pancreática exócrina. Comentários Finais: A insuficiência exócrina pancreática após pancreatite aguda grave pode ser transitória, e a reposição enzimática pode melhorar os sintomas e possibilita reganho de peso até recuperação da função pancreática.
Área
Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares
Autores
Jones Silva Lima, Liliane de Andrade Carvalho, Ana Beatriz Magalhães Pereira de Lira, Júlia Maria Fernandes Vasconcellos, Imirá Machado Magalhães, Gustavo André Silva Lima