XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Terapia Biológica como neoadjuvante no tratamento cirúrgico da Doença de Crohn

Resumo

Paciente G.B.N, 15 anos, deu entrada no Hospital Federal da Lagoa para tratamento
cirúrgico de fimose em julho de 2019. Paciente com história prévia de dor abdominal pós-
prandial, desnutrição grave, constipação intestinal, anemia ferropriva refratária à reposição
de ferro há cerca de 4 anos. Ficou internado na cidade de origem por 30 dias, com
diagnóstico de depressão e anemia, em uso contínuo de quetiapina, paroxetina, noripurum,
ácido fólico e domperidona, sem melhora dos sintomas. Foi encaminhado a gastropediatria
e internado para investigação de dor abdominal e baixo peso. Realizou enterotomografia de
abdome que evidenciou alterações compatíveis com doença inflamatória intestinal, mais
precisamente Doença de Crohn (DC). Calprotectina fecal superior a 3000. Optado por iniciar
tratamento clínico com Infliximabe + corticoterapia para remissão da doença e
concomitantemente iniciar suplementação nutricional como preparação para tratamento
cirúrgico. Em análise comparativa nova enterotomografia de abdome evidenciou a
persistência de estenose de alça de delgado. Houve melhora das massas inflamatórias no
mesogastro em correspondência e não há suspeita de trajeto fistuloso neste
estudo.Submetido em a laparotomia em março de 2022 com evidência de estenose
ressecada em bloco de 40cm a 1,20 cm do Treitz. Realizada anastomose látero-lateral com
grampeador. Paciente evoluiu bem em pós operatório recebendo alta 7 dias após.
Discussão: Em muitos casos de DC é iniciado tratamento escalonado, porém pacientes
portadores de doenças que se apresentam com preditores de gravidade são beneficiados
de início precoce de terapia biológica. No caso descrito, o infliximabe foi iniciado como
tratamento inicial com repercussão clínica favorável reduzindo atividade da doença e
resolução completa de fístula entero-entérica identificada em entero TC de controle. Devido
a gravidade e atraso do diagnóstico a extensão da doença estenosante do paciente
impossibilitou tratamento clínico exclusivo. Porém, possibilitou menor ressecção intestinal,
causando menos morbidade pós-operatória ao paciente.
Comentários finais: O tratamento cirúrgico da DC deve-se basear na ressecção da menor
quantidade de intestino, tendo em vista a possibilidade futuros tratamentos cirúrgicos e risco
de desenvolvimento de intestino curto. Diante disso, devemos pensar no benefício da
terapia biológica precoce com o objetivo de reduzir a extensão de ressecção.

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

Olívia Pedro Amorim, Mariana Ribeiro Bravo, Caroline Sousa Dias , Johene Pantoja Andrade Santos Pantoja, Luciana Amaral Retamal Marzan, Clarissa de Avellar Amorim, Amanda Machado Ferreira , Juliana Chaves Falcao, Alice Paes Alves Pequeno