XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Adenoma viloso extenso de cólon e Síndrome de McKittrick-Wheelock: a importância do estadiamento por imagem e amostragem por ressecção endoscópica subtotal para planejamento terapêutico

Resumo

D.M.O., masculino, 90 anos, com doença renal crônica e hiperplasia prostática benigna e sintoma principal de evacuações diarreicas diárias (6-7 episódios ao dia) aquosas e eventual pequena perda sanguínea, necessitou ao longo de 4 meses de duas admissões hospitalares para tratamento concomitante de injuria renal aguda e hipocalemia. Em exame de colonoscopia foi identificado como fator causal uma lesão vegetante extensa em reto, de aspecto adenomatoso ocupando cerca de 2/3 da circunferência do órgão, iniciando-se a cerca de 6cm da borda anal e estendendo-se por cerca de 12 cm proximalmente. Tal lesão não apresentava estigmas endoscópicos de malignidade, a saber, ausência de apagamento de criptas, ulcerações ou áreas de aspecto francamente infiltrativo, sendo classificada como adenoma viloso (Classificação de Kudo IV). Após estadiamento por ecoendoscopia e tomografia computadorizada de abdome os quais não demonstraram sinais de invasão de parede colônica, e em se tratando de um indivíduo avaliado como de alto risco cirúrgico em avaliação clínica pré-operatória, foi optado por remoção endoscópica. O intuito foi de remover o máximo possível da lesão para complementação de estadiamento por macrobiópsias e eventual tratamento paliativo. A técnica escolhida foi mucosectomia em fatiamento com alça diatérmica, esta realizada com sedação profunda e duração de 80 minutos. A lesão foi ressecada em quase sua totalidade e sem intercorrências, restando uma área central de 15mm aderida à parede retal, a qual foi submetida a biópsias para pesquisa de neoplasia avançada. A avaliação anatomopatológica da peça e biópsias revelou adenoma viloso com displasia de alto grau, sem focos de neoplasia. Após ressecção da lesão e alta hospitalar em 3 dias, o paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial e encontra-se em acompanhamento ambulatorial. Planeja-se a ressecção complementar da área residual como tratamento definitivo por técnica de dissecção submucosa em até 3 meses.Discussão: Os adenomas vilosos colorretais são tumores epiteliais benignos que representam de 5% a 10% dos pólipos colorretais e apresentam grande potencial de malignização – cerca de 40% dos pólipos > 2cm contém adenocarcinoma. Localizam-se principalmente no cólon sigmoide e no reto, podendo ser classificados em mucossecretores e não mucossecretores. Quando atingem grande volume os sintomas relacionados a secreção de muco levam a uma síndrome rara descrita por Mc-Kittrick-Whellock.

Área

Endoscopia - Colonoscopia

Autores

Jéssica Fretta Machado, Eduardo Aimore Bonin, Wilian Jean Wiggers, Letícia Bee, Ana Paula Godoy Finger, Augusto Radunz do Amaral