Dados do Trabalho

Título

Achados gastroduodenais na Polipose Adenomatosa Familiar

Introdução

Introdução
A Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) é uma síndrome genética, classicamente associada a uma mutação autossômica dominante no gene APC (adenomatous polyposis coli). É caracterizada pela presença de centenas de pólipos adenomatosos colorretais que, sem tratamento, progridem para câncer colorretal em praticamente 100% dos casos por volta dos 35-45 anos. Essa síndrome também está relacionada a achados extracolônicos, como tumores desmoides e câncer duodenal, que são a segunda maior causa de óbito desses pacientes. Também apresentam pólipos gástricos, como adenomas e pólipos de glândulas fúndicas com potencial de malignização, e adenoma na papila de Vater. Em alguns estudos mais de 90% dos pacientes com PAF desenvolvem adenomas duodenais, sendo que dos que evoluem para câncer, metade se localizam na ampola e região periampular. Para graduar os pólipos duodenais existe a classificação de Spigelman, que leva em conta o número de adenomas, seu tamanho, histologia e grau de displasia. Assim, a avaliação e seguimento destes pacientes com endoscopia digestiva alta também se faz necessária.

Objetivo
Analisar a prevalência de achados gastroduodenais visualizados em endoscopias digestivas altas em pacientes portadores de PAF.

Método
Revisão de prontuário de 53 pacientes com diagnóstico de PAF acompanhados no Instituto Nacional de Câncer, sendo coletados os resultados de seus exames endoscópicos e histopatológicos. Foram excluídos os pacientes que não possuíam biópsias da papila de Vater e de pólipos duodenais sugestivos de adenomas, sendo incluídos então 33 pacientes no estudo.

Resultados
O estudo encontra-se em andamento, mas os pacientes analisados possuíam idade entre 21 e 66 anos, com uma mediana de 43 anos e uma discreta predominância do sexo feminino (54,55%). Os achados mais comuns foram os adenomas duodenais (66,67%), adenomas de papila (57,58%) e os pólipos de glândulas fúndicas (45,45%). Os adenomas têm em sua maioria displasia de baixo grau, sendo encontrada displasia de alto grau em apenas 9,09% dos duodenais e 6,06% dos de papila. Além disso foram encontrados adenomas gástricos em 15,15% dos casos, tendo todos displasia de baixo grau. Não houve nenhum caso de câncer gástrico, mas houve um caso de câncer duodenal.

Conclusão
Os resultados encontrados no presente estudo estão de acordo com a literatura, sendo os achados mais frequentes os pólipos de glândulas fúndicas, adenomas duodenais e de papila.