Dados do Trabalho

Título

Ectasia Vascular Antral Gástrica - Relato de Caso

Resumo

Apresentação do caso: paciente do sexo masculino, 68 anos, apresentou-se com quadro de epigastralgia, fadiga e inapetência há 06 meses. Foi relatado histórico de etilismo crônico e cirrose hepática compensada. Realizado hemograma que demonstrou anemia e endoscopia digestiva alta, em que notou - se a mucosa do antro com vergões vermelhos, friabilidade, hiperemia e edema moderado, sugestivos de ectasia vascular antral gástrica. Foi instituído tratamento clínico conservador com mudanças comportamentais, inibidor da bomba de próton, suplementação com ferro e acompanhamento periódico. Após o tratamento o paciente evoluiu bem com melhora da sintomatologia. Discussão: a Ectasia Vascular Antral Gástrica (GAVE) se apresenta com lesões vasculares no estômago, é uma doença rara e representa 4% de sangramento gastrointestinal. É conhecido também por "watermelon stomach” por apresentar estrias vermelhas paralelas, lesões angiomatosas nas pregas mucosas antrais. O quadro clínico do paciente pode ser muito variado, desde perda sanguínea oculta assintomática até sangramento gastrointestinal evidente, com anemia ferropriva. Geralmente, está associado com a cirrose hepática, doença autoimunes, doença renal crônica, doenças cardiovasculares e as mulheres idosas são o grupo mais afetado. O diagnóstico é realizado pela clínica, endoscopia e biópsia, sendo esse o método mais seguro. Atualmente a endoscopia é tratamento de primeira linha para o GAVE, sendo a coagulação com plasma de argônio (APC) a abordagem mais utilizada. A APC utiliza o método de eletrocoagulação sem contato para coagular os vasos superficiais, eliminando a maioria das lesões visíveis macroscopicamente ou interrompendo o sangramento local. Comentários finais: o caso relatado e publicações levantadas trazem à luz a discussão de uma patologia que pode ter seu diagnóstico dificultado pela baixa prevalência e consequentemente a existência de causas mais comuns de hemorragia digestiva que mascaram o diagnóstico. Portanto, destaca-se a importância do conhecimento dessa enfermidade para a realização de uma intervenção precoce.