XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO POR HELICOBACTER PYLORI E DE LESÕES GÁSTRICAS EM FAMILIARES DE PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO

Resumo

Introdução: A bactéria Helicobacter pylori é considerada carcinógeno tipo I pela Organização Mundial de Saúde, vários estudos demonstram que a erradicação do H. pylori reduz o risco de câncer gástrico. Ademais, os familiares de primeiro grau de pacientes com câncer gástrico têm maior chance de desenvolver tal neoplasia, sendo recomendado fazer rastreio nesses indivíduos. Objetivo: Avaliar a prevalência de infecção por H. pylori e lesões gástricas em familiares de primeiro grau de pacientes com câncer gástrico. Metodologia: Estudo transversal descritivo, realizado em hospital de referência, durante a realização de mutirão de endoscopia para campanha de conscientização do câncer gástrico ‘Setembro Azul’ de 2021. Familiares de primeiro grau de portadores de câncer gástrico maiores de 18 anos foram convidados a participar do estudo e assinaram do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram coletados 5 fragmentos de biópsias gástricas para análise histológica e 2 para urease. Os dados foram analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences, versão 22.0, nível de significância p<0,05. Resultados: De 94 indivíduos incluídos, 61,7% eram do sexo feminino (n=58;), com média de idade de 42,16 (DP 13,07) anos, 62,8% (n=59) apresentaram resultado positivo nas biópsias gástricas para H. pylori, entretanto, dos 35 negativos, 17 relataram ter infecção prévia e tratado H.pylori, com total de infectados de 80% (76). Não houve associação entre infecção por H. pylori com sexo (p=0,551) e idade (p=0,544). Quanto às lesões endoscópicas, 28,7% apresentaram gastrite de antro (n=27), 10,6% gastrite de corpo (n=10), 27,7% pangastrite (n=26), 3,2% úlcera gástrica (n=3), 5,3% metaplasia intestinal (n=5), 20,2% esofagite (n=19) e 12,8% bulboduodenite (n=12). Na histologia, apresentavam inflamação e atividade, respectivamente, n=65;69,1% e n=54;57,4% em antro; n=51;54,3% e n=45;47,9% em corpo, 14,9% dos pacientes apresentaram metaplasia intestinal (n=14), não sendo detectado displasia. Conclusão: Os familiares de câncer apresentaram altas taxas de infecção por H.pylori e diversas lesões na endoscopia, não sendo detectado displasia ou neoplasia gástrica. Ressalta-se a importância da realização de campanhas de esclarecimento sobre H.pylori e rastreio de lesões gástricas em familiares de câncer gástrico.

Área

Gastroenterologia - Estômago/Duodeno

Autores

Cezar Nilton Rabelo Lemos Filho, Gabriel Lucas Ferreira da Silva, Leonardo Freire Alves Nogueira, Michelle Soeiro de Oliveira, Andressa Sousa Guerra Pinheiro, Danni Wanderson Nobre Chagas, Cynthia Aben Athar Ponte, Heltia Duarte de Sena Pinto, Michelle Melo Cândido Aires, Regis Bezerra Silva, Juliana Custódio Lima, Leonardo Jose Sales da Costa, Miguel Ângelo Nobre e Sousa, Lucia Libanez Bessa Campelo Braga