XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Resultados do transplante de fígado por hepatocolangiocarcinoma em hospital terciário da região nordeste

Resumo

INTRODUÇÃO: O carcinoma hepatocelular (CHC) é o principal tumor maligno hepático primário, correspondendo a cerca de 30% das indicações de transplante hepático (TH). O hepatocolangiocarcinoma é uma rara e agressiva variante do CHC, caracterizado por apresentar padrões de CHC e de colangiocarcinoma na histopatologia. Frequentemente, o diagnóstico é feito no histopatológico do explante, sendo o diagnóstico no pré-operatório de difícil execução. OBJETIVO: Descrever o perfil dos pacientes com hepatocolangiocarcinoma em explante de transplante hepático em hospital terciário. METODOLOGIA: Estudo observacional e descritivo, com dados coletados de prontuários de 1980 pacientes submetidos a TH, dos quais 18 apresentaram hepatocolangiocarcinoma no explante. RESULTADOS: A idade média foi de 58.1 anos, com 61.1% do sexo masculino. O grupo sanguíneo mais comum foi o grupo A (50%). Entre as etiologias, destaca-se a cirrose pelo vírus da hepatite C (38.8%). A principal forma de diagnóstico da lesão hepática foi por ressonância magnética (50%) com critérios compatíveis com CHC, e tempo médio entre diagnóstico e transplante de 214 dias. No diagnóstico, o número médio de nódulos foi 1.8, com diâmetro do maior nódulo de 4 cm e dosagem média de alfafetoproteína de 499 ng/ml. Em relação ao BCLC, o principal estágio foi o A (72.2%). A maioria dos pacientes era CHILD A (55.5%) e o MELD médio foi de 11.2. No explante, o número médio de nódulos foi de 2.3, com diâmetro do maior nódulo de 5cm, a maioria moderadamente diferenciada (61.1%), com invasão microvascular em 22.2% e nódulos satélites em 44.4% dos pacientes. A recidiva ocorreu em 22.2% e, destes, todos foram a óbito. Não houve outros óbitos com causa relacionada ao tumor. 66,7% permanecem vivos sem recidiva, com 11,1% de óbitos não relacionados. DISCUSSÃO: O hepatocolangiocarcinoma não é uma indicação estabelecida de transplante hepático, devido ao mau prognóstico. No entanto, nessa casuística e na literatura pesquisada, o diagnóstico de imagem foi sugestivo de CHC, mas o resultado definitivo foi somente no explante. A taxa de recorrência foi bem superior à dos pacientes transplantados por CHC. CONCLUSÃO: Novos métodos são necessários para refinar o diagnóstico dessa neoplasia antes do transplante, incluindo, provavelmente, a biópsia nos casos atípicos.

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

Kevyn Alisson Nascimento Gurgel, Paulo Everton Garcia Costa, Carlos Eduardo Lopes Soares, Bartolomeu Feitosa Alves Neto, Renan Bezerra de Oliveira, Juarez Juca de Queiroz Neto, Daniel Tomich Netto Guterres Soares, Tarso Buaiz Pereira Martins, Anderson de Sousa Jorge, Gustavo Rego Coelho, José Huygens Parente Garcia