Dados do Trabalho
Título
INCIDÊNCIA DE PACIENTES PT1N0-2 OU PT2N0-1 SUBMETIDOS A GASTRECTOMIA “UP-FRONT” NO TRATAMENTO DO CÂNCER GÁSTRICO.
Resumo
Introdução: Como terceira neoplasia gastrointestinal mais letal, o câncer gástrico é diagnosticado geralmente em fases tardias, necessitando de tratamento com equipe multidisciplinar. A quimioterapia neoadjuvante associada a cirurgia é a principal modalidade de tratamento nos pacientes com doença localmente avançada. São raros os casos de neoplasia precoce diagnosticados, onde seria possível a cirurgia “up-front”. Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo descrever a incidência dos casos pT1 N0-2 ou pT2N0-1 em pacientes com diagnóstico de câncer gástrico, submetidos a tratamento cirúrgico “up-front” em serviço de referência em oncologia. Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo, com avaliação dos prontuários eletrônicos de pacientes portadores de câncer gástrico submetidos a tratamento cirúrgico eletivo em serviço de referência em oncologia cirúrgica na cidade de São Paulo, no período compreendido entre março de 2019 e junho de 2022. Os dados foram coletados em planilha de Excel e posteriormente submetidos a análise estatística. Foram excluídos prontuários incompletos, lesões irressecáveis e pacientes com diagnóstico de GIST. Resultado: Foram selecionados 42 pacientes submetidos a gastrectomia por câncer gástrico, sendo 25 (59%) homens. A idade média foi de 61±10 anos. Quanto a localização, 25 (60%) tumores localizados no antro gástrico, 14 (33%) corpo e 3 (7%) em cárdia. O adenocarcinoma pouco diferenciado foi identificado em 23 casos (51%), o intestinal em 14 (33%), o difuso 6 (14%) e um caso (2%) TNE tipo III. A laparoscopia diagnostica foi realizada em apenas 6 casos (14%). Trinta e três (78%) pacientes foram submetidos a gastrectomia subtotal e 9 (21%) a gastrectomia total. A reconstrução em Y de Roux foi realizada em 34 (80%) pacientes e Bilroth II em 8 (20%). Quanto ao estadiamento patológico a incidência de pacientes pT1 N0-2 ou pT2N0-1 foi de 8 casos (19%), todos submetidos a gastrectomia parcial “up-front”. A média linfonodal nestes casos foi de 21±10 (variando de 13 – 30 linfonodos), submetidos a linfadenectomia D1+ ou D2. A margem cirúrgica foi de 3±2 cm (variando de 2-5 cm). Não houve complicações nas gastrectomias dos pacientes pT1-2N0-1 e todos encontram-se em acompanhamento ambulatorial sem sinais de recidiva. Conclusão: Concluímos que a incidência dos pacientes com câncer gástrico com estadiamento pT1 N0-2 ou pT2N0-1, submetidos a gastrectomia “up-front” foi de 16%.
Área
Cirurgia - Estômago
Autores
Franco Milan Sapuppo, Bruna Maffei Bossi, Larissa Mercadante De Assis, Juliana de Souza Ferreira, Philipe Franco Amaral Tafner, Bernardo Fontel Pompeu, Luis Fernando Paes Leme