XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

DISFAGIA AÓRTICA: RELATO DE CASO.

Resumo

Apresentação do Caso: Masc., 76 anos. HDA: Refere disfagia para sólidos e tosse seca há 1
semana com perda ponderal não quantificada. Comorbidades: HAS, insuficiência cardíaca,
DPOC e aneurisma de aorta torácica em achado radiológico há 5 anos. Ao ex. físico: bom
estado geral, sem linfonodomegalias, PA 112x55 mmHg, FC 71 bpm, FC 16 irm, Tax 36,7 0 C,
pulmões limpos, ausculta cardíaca normal e abdome plano, peristáltico, indolor, sem massas
e/ou VMGs. Lab.: sem alterações. ECG: BRE com extrassístoles bigeminadas.
Ecocardiograma: disfunção sistólica do VE e diastólica de grau II. Cateterismo cardíaco:
normal. TC de Tórax: aorta tortuosa, com dilatação aneurismática no segmento descendente,
medindo 7,4 cm x 9,8 cm, com trombo mural e compressão extrínseca em esôfago distal.
Conclusão: disfagia aórtica. Tratamento: colocação de duas próteses endovasculares após
endoleak tipo 1. Desfecho: Alta hospitalar após 24 horas assintomático. Discussão: Disfagia
aórtica é a não progressão do alimento da boca para o estômago por compressão extrínseca
ou ectasia da aorta no esôfago. Essa é uma apresentação clínica incomum dos aneurismas
torácicos e, na maioria das vezes, os achados são incidentais em exames realizados por
queixas inespecíficas. O exemplo mais comum é de disfagia lusória decorrente de ectasias dos
ramos do arco aórtico. O perfil clínico é de pacientes idosos, com diversas comorbidades,
devendo-se estar atento para outros sintomas como dor torácica e instabilidade hemodinâmica.
Outras estruturas adjacentes também pode ser comprimidas e causar rouquidão, dispnéia,
tosse e edema. O diagnóstico padrão é baseado na angiotomografia de tórax. No relato de
caso, trata-se de paciente já diagnosticado com aneurisma torácico assintomático até
apresentar sintomas compressivos (tosse e disfagia) que mudam o prognóstico e a conduta ao
deixar de ter um seguimento clínico e impor um planejamento terapêutico cuidadoso por
possível maior risco cirúrgico e de desnutrição. A correção aneurismática pouco invasiva com
colocação de endoprótese é ideal nestes casos para resolução da doença vascular, porém sem
garantir melhora disfágica. Comentários Finais: A disfagia aórtica é incomum na literatura
médica e quase nunca considerada como causa das disfagias. A etiologia vascular deve estar
incluída no diagnóstico diferencial da disfagia em idosos com múltiplas comorbidades, com
objetivo de antecipar o diagnóstico, permitir abordagem terapêutica precoce e reduzir a
mortalidade.

Área

Gastroenterologia - Esôfago

Autores

Thais Martins Pontes , Thays Carvalho Caldeira Coelho, Rosana da Silva Ciuffo