Dados do Trabalho
Título
Derivação Hepatogástrica Guiada por EUS em Paciente com Colangiocarcinoma Distal Obstrutivo
Resumo
APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente masculino., 80 anos, com histórico de gastrectomia parcial à BII, há 30 anos, por úlcera gástrica. Vem encaminhado ao serviço apresentando quadro colestático (BT > 25) e inapetência há 2 semanas. Durante a investigação realizou RNM que evidenciou lesão expansiva (44x38x35mm) acometendo ducto hepático comum, ducto biliar, vesícula biliar e ducto cístico, determinando dilatação importante de VVBB à montante. Paciente cardiopata grave com contra-indicação cirúrgica.
Diante da proposta de drenagem endoscópica, houve tentativa de CPRE com falha de canulação papilar com endoscópio de visão frontal. Optado pela técnica de rendez-vous com punção trans-gástrica ecoguiada (com agulha 19G) e acesso a via biliar. Na contrastação da via biliar observa-se “stop” tumoral cerca de dois centímetros abaixo da confluência dos hepáticos, sem a contrastação distal ao tumor. As tentativas de progressão do fio guia (0,035) através da estenose tumoral foram frustras, optando-se pela drenagem hepatogástrica.
O trajeto da punção foi dilatado com cistótomo 6Fr, seguida da aplicação de stent biliar auto-expansível parcialmente recoberto 10x60 mm, com a extremidade distal da árvore biliar esquerda e proximal na região da pequena curvatura do corpo gástrico.
DISCUSSÃO: Embora a CPRE seja a principal técnica de acesso ao ducto biliar para realizar intervenções terapêuticas, a primeira etapa do procedimento (canulação papilar) pode falhar em até 16% dos procedimentos.
Esta situação ocorreu neste caso, no qual após tentativas frustradas de canulação, contrastação e passagem do fio-guia, optou-se pela abordagem por Ecoendoscopia.
Conforme bibliografia disponível, a coledocoduodenostomia antecede a drenagem hepatogástrica pela facilidade anatômica. Porém, como o paciente apresentava alteração anatômica, optou-se pela derivação hepatogástrica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O fluxograma para tumores obstrutivos de via biliar distal é claro em definir a CPRE como primeiro procedimento a ser tentado. Porém, com o advento da Ecoendoscopia, surge uma nova opção para esta abordagem. Os estudos hoje disponíveis comprovam eficiência terapêutica semelhante à CPRE nas drenagens por ecoendoscopia, sendo de importância significativa nos casos de anatomia alterada e falha na cateterização convencional.
No entanto, por ser um procedimento novo e com poucos profissionais capacitados, ainda não existe uma padronização de treinamento e técnica em nosso país.
Área
Endoscopia - Ecoendoscopia
Autores
LILIAM APARECIDA DELMONICO DE OLIVEIRA, CLAUDIO ROGÉRIO SOLAK, FELIPE MARTINS ACRAS, GUILHERME RUBENS DA SILVA