XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Contribuição da inteligência artificial durante colonoscopia de rastreamento do câncer colorretal em pacientes com teste imunoquímico fecal positivo

Resumo

O câncer colorretal representa a terceira neoplasia mais frequente no mundo e a segunda em mortalidade em ambos os sexos. Os resultados de programas organizados de rastreamento demonstram redução da mortalidade por câncer. O teste imunoquímico fecal (FIT) seguido de colonoscopia em pacientes de médio risco tem sido aceito como método de rastreamento populacional de escolha em vários países desenvolvidos. Estudos recentes demonstram que a inteligência artificial (IA), associada à magnificação e cromoscopia, melhora a taxa de detecção de adenoma. Objetivo: Avaliar a contribuição da IA durante colonoscopia de rastreamento do câncer colorretal em colaboradores do Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) que apresentaram FIT positivo. Métodos: Selecionaram-se 19 pacientes consecutivos, com FIT positivo para o uso de IA (tecnologia CAD EYE e cromoscopia digital com LCI e BLI). As lesões foram classificadas pela IA em hiperplásicas e neoplásicas. Todas foram ressecadas, sendo o resultado histológico considerado padrão ouro. Resultados: O preparo de cólon foi considerado bom pela escala de Boston (escore 9) em todos os pacientes e a colonoscopia foi realizada até o íleo terminal, sendo a média de retirada do colonoscópio de 28 minutos (15 a 58 min). A média de idade dos pacientes foi de 59,5 anos (51-71), sendo 17 (89,4%) do sexo feminino. A média do FIT foi de 342 ng/mL (54 a 1642 ng/mL). Foram encontradas 41 lesões em 17 pacientes, sendo 38 pólipos (37 sésseis e 1 pediculado), 2 lesões planoelevadas e 1 lesão de crescimento lateral granular homogêna. O tamanho médio das lesões foi de 4,4 mm (2 a 15 mm). Quanto à localização, as lesões encontravam-se no ceco 3; cólon direito 9; transverso 7; descendente 4; sigmoide 10 e reto 8. Após confirmação histopatológica, 19 eram adenomatosas, 18 hiperplásicas e 4 lesões serrilhadas, tendo a IA uma acurácia diagnóstica de 92,7% (38/41 lesões). Pela histologia, duas lesões neoplásicas pela IA foram diagnosticadas como hiperplásicas e 1 lesão hiperplásica foi confirmada como adenoma. Conclusões: 1. IA apresenta elevada acurácia diagnóstica na detecção e caracterização de lesões colorretais; 2. IA pode ter grande impacto no rastreamento do câncer colorretal numa população FIT positiva.

Área

Endoscopia - Colonoscopia

Autores

Marcio Roberto Facanali Junior, Afonso Henrique Silva e Sousa Junior, Ariane Hardy, Isabella Nicácio de Freitas, Anelise Stachewski Russo, Juliana Bezerra Farias, Roger Coser, Sergio Carlos Nahas, Ulysses Ribeiro Junior, Jose Eluf Neto, Frederico Marques Sparapan, Adriana Vaz Safatle-Ribeiro