Dados do Trabalho
Título
Análise epidemiológica da distribuição dos casos de neoplasias malignas do esôfago no Brasil de 2013 a 2021
Resumo
Introdução: O câncer de esôfago figura entre as neoplasias malignas de prognóstico mais reservado, especialmente pelo diagnóstico tardio, tendo em vista a carência de sintomas específicos em seus estados iniciais. Esta neoplasia apresenta altas taxas de incidência e mortalidade, sendo o sétimo câncer mais comum no mundo. No Brasil, é o décimo câncer mais frequente, tendo como subtipo predominante o carcinoma espinocelular. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da distribuição de incidência de casos de neoplasias malignas de esôfago no Brasil. Método: Trata-se de um estudo transversal descritivo com dados selecionados do PAINEL - oncologia com informações do “Relatório do Intervalo Entre Diagnóstico e Início do Tratamento do Câncer no SUS”. Foram analisados dados do Brasil entre o período de 2013 e 2021. Resultados: O total de casos de neoplasias malignas do esôfago no período estudado foi 53.204, com crescimento na incidência anual ao longo dos anos, indo de 4.544 casos em 2013 para 7.782 casos em 2021, aumento de 62,94%. A maior discrepância foi observada entre os anos de 2018 e 2019, com aumento de 1958 casos (35,8%), sendo a região Sudeste a principal responsável por esse aumento, apresentando 1342 entre estes dois anos. A região Norte apresentou a menor incidência, correspondendo a 1.100 casos, 2,06% do número total, enquanto a região Sudeste foi responsável por 26.152 casos (49,15%). O sexo masculino correspondeu a 39.702 casos (76,62%), apresentando queda na proporção de 77,01% para 70,41% entre 2018 e 2019, enquanto houve aumento no sexo feminino de 1320 para 2.279, um incremento de 959 casos novos, o que corresponde a um aumento de 72,65% no mesmo período. A faixa etária de maior incidência foi de 60 a 79 anos, representando 51,04 % do número total e a de maior percentual anual durante todo o período analisado. Conclusão: Conclui-se, portanto, que houve aumento de 62,94% na incidência de câncer de esôfago no Brasil durante o recorte temporal empregado, sendo a região Sudeste a mais influente. Além disso, constatou-se que o maior aumento no número de casos entre 2018 e 2019 deveu-se à maior incidência no sexo feminino. Faz-se necessário, pois, que novos estudos envolvendo ambos os sexos e regiões sejam realizados para identificar um provável fator causal.
Área
Gastroenterologia - Esôfago
Autores
Cezar Nilton Rabelo Lemos Filho, Nasliene Dantas Maciel, Michael Douglas Ribeiro Sales, Renan Soares, Sarah Girão Alves, Matheus Gama Nogueira, Gabriel Lucas Ferreira da Silva, Maria Tereza Oliveira Pereira Santos, Sâmya Correia Marques, Victória Danielly Rabelo Almeida, Mateus Mendes Santos Freire, Simão Barbosa Silva, Luiz Eduardo Soares Martins, Guilherme Martins Oliveira, Thais Carvalho de Abreu, Raiza Lima Silva, Francisca Isabelle da Silva e Sousa