Dados do Trabalho
Título
PANCREATITE AGUDA MODERADA COMPLICADA COM PSEUDOCISTO GIGANTE: UM DESAFIO AO MANEJO CLÍNICO E CIRÚRGICO
Resumo
APRESENTAÇÃO DO CASO: Feminino, 19 anos, admitida em hospital de origem com dor abdominal súbita em quadrantes superiores associada a vômitos, sendo transferida para hospital de média complexidade, evoluindo com disfunção orgânica nas primeiras 48h, necessitando de suporte intensivo. Diagnosticou-se pancreatite aguda com tomografia compatível com Balthazar D. Em enfermaria de serviço de alta complexidade, complementando-se a investigação, exames laboratoriais sugeriram comprometimento de vias biliares, com colangiorressonância magnética identificando microcálculos em vesícula. Pelos sintomas persistentes por mais de 4 semanas, com piora durante tentativas de progressão de dieta, solicitou-se nova tomografia abdominal com contraste, visualizando-se coleção cística de 12,1cm x 6,0cm em corpo e cabeça de pâncreas com deslocamento do estômago. Para abordagem cirúrgica de pseudocisto, necessitou-se de nova transferência para centro com melhor aporte tecnológico, realizando-se cistojejunoanastomose e colecistectomia por via laparoscópica após contraindicação de derivação gástrica por ecovideoendoscopia. DISCUSSÃO: A incidência anual de pancreatite aguda pode chegar até 45/100.000 pessoas, resultando em altas taxas de hospitalização e mortalidade global de 5,95%. Esta patologia é marcada por uma fase precoce (primeira semana) e tardia (duração variável). Seu tratamento é baseado em suporte nutricional, hídrico, sintomáticos e manejo de complicações locais ou sistêmicas, podendo ser duradouro a depender da gravidade da pancreatite e grau de complexidade do serviço que está prestando assistência. Dentre as complicações locais, o pseudocisto pancreático ocorre em menos de 10% dos pacientes com coleções peripancreáticas, normalmente possuindo tratamento conservador, salvo em casos sintomáticos ou com compressão de vias biliares. Há 3 opções para correção cirúrgica: drenagem percutânea, resseção/drenagem de cisto por via laparoscópica/aberta ou drenagem via ecovideoendoscopia com derivação gástrica, sendo a preferencial pelo menor risco de complicações e rápida recuperação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pancreatite aguda representa um desafio na prática clínica e cirúrgica, tanto pelo diagnóstico e identificação de disfunções orgânicas pela cascata inflamatória, quanto pelo tratamento. A depender da complicação, pode ser necessário abordagens clínicas e cirúrgicas em serviços de maiores complexidades que resultam em prolongamento de internação e novos desfechos negativos.
Área
Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares
Autores
SAMUEL OLIVEIRA CUNHA MARQUES, CRISTIANE VIEIRA AMARAL, LAISA ALLEN GOMES DE SOUSA, EDVALDO ALVES DINIZ JÚNIOR, CELSO SOARES PEREIRA FILHO, JOZÊLDA LEMOS DUARTE