Dados do Trabalho

Título

Gastrite atrófica autoimune associada a tumor neuroendócrino

Resumo

Apresentação do Caso: Paciente do sexo feminino, 51 anos, procurou o serviço de gastroenterologia relatando dor abdominal do tipo epigastralgia, associada a azia e distensão. Foi submetida à endoscopia digestiva alta que identificou a diminuição de pregas gástricas na mucosa do corpo, com padrão de atrofia, além de pólipos sésseis em fórnix, tendo sido realizadas polipectomias. Resultado de histopatológico revelou proliferação de células de padrão epitelióide de aspecto monótono dissociado glândulas, favorecendo o diagnóstico de tumor neuroendócrino, além de mucosa gástrica adjacente apresentando gastrite crônica leve em atividade. Imunohistoquímica demonstrou aspectos histológicos de tumor neuroendócrino bem diferenciado, de grau 1. Exames laboratoriais revelaram presença de anticorpos de célula parietal e anti-fator intrínseco, apontando para gastrite atrófica autoimune. Discussão: Gastrite atrófica autoimune consiste em uma condição hereditária onde anticorpos do próprio paciente passam a atacar as células parietais presentes no estômago, substituindo-as por mucosa atrófica e metaplásica e, por conseguinte, reduzindo a secreção ácida e a produção de fator intrínseco. Por sua vez, tumores neuroendócrinos são neoplasias raras formadas a partir de células neuroendócrinas, frequentes no trato gastrointestinal. Quando associados à gastrite crônica atrófica, costumam ser bem diferenciados, menos agressivos e com baixo risco de metástase, tendo um bom prognóstico. Comentários Finais: Apesar de ainda serem raros, os tumores neuroendócrinos gástricos estão aumentando de frequência em razão da maior realização de endoscopias. A despeito deste fato, tais tumores ainda são poucos compreendidos e possuem difícil manejo, sendo tratamento e prognóstico dependentes do subtipo. É necessária a correta identificação do tumor para que o tratamento seja individualizado. O tratamento será mais efetivo a partir do momento em que estudos futuros esclareçam melhor a biologia da doença.