Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DA MORBIMORTALIDADE DA DOENÇA ALCÓOLICA DO FÍGADO SEGUNDO SEXO NA BAHIA ENTRE OS ANOS DE 2017 E 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: Doença hepática alcóolica (DHA) é uma denominação genérica para afecções histopatológicas do fígado ligadas ao consumo crônico de álcool, incluindo esteatose alcóolica, hepatite alcóolica, cirrose e suas complicações. O quadro tende a acontecer de maneira progressiva e debilitante, mas não afeta as subpopulações de maneira homogênea. Historicamente, o consumo de bebida alcóolica é predominante no sexo masculino e se sabe que os estrógenos possuem a capacidade de inibir alguns fatores associados à progressão de fibrose hepática, como a interleucina-6. Portanto, espera-se que haja uma distribuição assimétrica na prevalência da DHA entre os sexos. OBJETIVO: Descrever a prevalência de internações e a taxa de mortalidade por DHA em unidades hospitalares participantes do SUS no período de 2017 a 2021 na Bahia. MÉTODO: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo executado por meio de inquérito no DATASUS (SIH/SUS), no qual as informações consultadas se referiam à morbidade hospitalar do SUS por segundo o local de internação no período 2017 a 2021. As variáveis analisadas foram: sexo e ano de internação. Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel® 14.0 (Office 2011). RESULTADOS: O total de internações ao longo dos anos avaliados foi de 5.395, sendo que 4.353 (80,7%) eram pessoas do sexo masculino (desvio padrão de 59,8) e os 1.042 (19,3%) indivíduos restantes eram pacientes do sexo feminino (desvio padrão de 13,4). O ano com maior número de internações foi 2017 (1.139) enquanto o que apresentou menor número de internados foi 2021 (983), demonstrando uma redução progressiva ao longo dos anos. Quanto ao número de óbitos, a situação é análoga, com um total de 1.060 mortes, representado por 877 (82,7%) homens falecidos (desvio padrão de 17,3) e 183 (17,3%) mulheres que foram a óbito (desvio padrão de 6,9). CONCLUSÃO: Apesar da diminuição da morbidade hospitalar por conta da doença alcoólica do fígado, há uma maior prevalência de internações e óbitos no sexo masculino, além de este se mostrar um grupo mais heterogêneo em relação ao sexo oposto no período e local analisados.