XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Indicações e resultados da ecoendoscopia com miniprobe em um centro de endoscopia no Brasil: série de casos retrospectiva.

Resumo

Introdução: A ecoendoscopia com miniprobe consiste na avaliação ultrassonográfica com utilização de minissonda de alta frequência introduzido através do canal de trabalho do endoscópio. As principais indicações para a ecoendoscopia com miniprobe são o estudo de estenoses gastrointestinais e pancreatobiliares, estadiamento de lesões precoces do trato gastrointestinal e a definição diagnóstica de lesões subepiteliais, especialmente aquelas menores do que 20mm. Atualmente poucos centros no mundo tem demonstrado a aplicabilidade e resultados da ecoendoscopia com miniprobe.

Objetivo: O presente trabalho objetiva a apresentar os resultados da utilização da ecoendoscopia com miniprobe em um centro de endoscopia digestiva avançada no Brasil.

Métodos: Trata-se de uma série de casos retrospectiva de pacientes submetidos a ecoendoscopia com miniprobe entre Julho de 2021 e Junho de 2022. Os exames foram sempre realizados sob sedação por três endoscopistas experientes em ecoendoscopia.

Resultados: Ao longo do período analisado 28 pacientes foram submetidos a ecoendoscopia por miniprobe, com uma média de idade de 56 anos (1-91 anos) e uma maioria do sexo feminino (57,1%; n=16). A principal indicação do exame foi avaliação de lesões subepiteliais (46,4%; n=13), seguida pelo estadiamento de lesões neoplásicas (42,9%; n=12) e o estudo de estenoses (10,7%; n=3). O local mais comum de lesões subepiteliais avaliadas foi o estômago (61,%; n=8), seguido pelo duodeno (23,1%; n=3), esôfago e colorretal (7,7%; n=1, cada). O maior diâmetro médio das lesões foi de 9,6mm (4-20,8mm) e os diagnósticos mais frequentes foram de lesões miogênicas, compreendendo GIST e leiomioma (46,2%; n=6), seguida dos lipomas (23,0%; n=3) e cistos de retenção (15,4%; n=2). Quanto ao estadiamento de lesões do trato gastrointestinal o estômago também foi o sítio mais comum (58,3%; n=7), seguido pelo esôfago (33,3%; n=4) e o reto (8,3%; n=1). Nos três pacientes avaliados quanto a estenose foram diagnosticadas duas compressões extrínsecas e uma estenose de anastomose esofágica, possibilitando a dilatação endoscópica. Não houve nenhum efeito adverso relacionado ao método.

Conclusão: Essa série de casos apresentou a utilização da ecoendoscopia com miniprobe em um centro de referência no Brasil, demonstrando a segurança do método e suas principais aplicações práticas no estudo de lesões subepiteliais e no estadiamento de neoplasias precoces candidatas a ressecção endoscópica.

Área

Endoscopia - Ecoendoscopia

Autores

Renato Gomes Campanati, Carolina de Souza Antonieto, Ricado Morillo Vigil, Roberto Gardone Guimarães, Vitor Nunes Arantes