XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TUMOR SINCRÔNICO DE PAPILA DUODENAL E RIM: RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 60 anos, iniciou quadro de perda ponderal de 15 kilos, prurido, fadiga, inapetência há três meses, tendo evoluído com quadro de icterícia e anasarca. Foi realizado tomografia computadorizada de abdome, que evidenciou moderada dilatação de vias biliares intra e extra hepáticas, além de lesão de aspecto expansivo em terço médio de rim direito podendo estar relacionada a lesão neoplásica primária. A colangioressonancia demonstrou lesão expansiva, mal delimitada, localizada em topografia de papila maior, medindo aproximadamente 2,8 x 1,8 cm, sugestiva de neoplasia e determinando estenose na extremidade distal do colédoco e do ducto de Wirsung, com dilatação a montate de vias biliares e ducto pancreático principal. Realizado duodenoscopia seguida de biópsia de papila duodenal que evidenciou processo inflamatório crônico e agudo ulcerado. Foram realizados exames de imagem para estadiamento. Após análise dos exames, foi indicado a realização da gastroduodenopancreatectomia e posteriormente nefrectomia a direita por videolaparoscopia. O histopatológico revelou adenocarcinoma de papila duodenal e carcinoma de células renais. A paciente evolui bem e teve pós operatório sem intercorrências. DISCUSSÃO: A ocorrência de câncer de pâncreas síncrono e outros tipos de câncer primário não é frequente e atinge cerca de 5,6%, conforme relatado em estudos. O carcinoma da ampola de Vater é a segunda neoplasia periampular mais comum. Quando os carcinomas da ampola são comparados a outros cânceres pancreáticos periampulares, a taxa de ressecabilidade é maior e o prognóstico é melhor na maioria das séries. O câncer de rim é o décimo câncer mais comum para ambos os sexos. O carcinoma de células renais (CCR) é o mais mortal dos cânceres do trato urinário frequentemente observados. A taxa de mortalidade do CCR é de 30%-40% e é responsável por 80%-85% de todos os cânceres renais. COMENTÁRIOS FINAIS: A coexistência de carcinoma de células renais sincrônico com tumor maligno de papila duodenal é uma condição muito rara. O tamanho, a invasão linfonodal e o grau de ressecabilidade curativa do tumor são fatores importantes na evolução da doença e o único tratamento disponível e potencialmente curativo é o cirúrgico.

Área

Cirurgia - Miscelânea

Autores

Vitória de Sá Bezerra, Tiago Almeida Macêdo