XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tratamento de coledocolitíase em paciente com estenose de anastomose coledococoledociana pós-transplante hepático

Resumo

Mulher, 46 anos, com história de transplante hepático por Hepatite C em 2012, apresentou aumento de enzimas canaliculares em setembro de 2021. Iniciado investigação do quadro, realizou colangioressonância que mostrou estenose em via biliar e cálculos pré estenóticos. Evoluiu com aumento de bilirrubinas em abril de 2022 e foi submetida a uma CPRE, onde foi identificada estenose de anastomose e imagem sugestiva de cálculo a montante. Os cálculos puderam ser retirados, optado por passagem de uma prótese 10Fr x 9cm.
Em maio de 2022, paciente apresentou quadro de dor abdominal, icterícia e febre. Iniciado antibioticoterapia e optado por nova CPRE para drenagem e tratamento da colangite, nesse contexto paciente também realizou colangioressonância. A CPRE mostrou uma estenose em nível de anastomose coledococoledociana, associada dilatação e a presença de uma imagem de falha de enchimento a montante, podendo corresponder a cálculo biliar e evidenciando desproporção com colédoco nativo. Realizada múltiplas varreduras de vias biliares com balão extrator, com saída de material de consistência de barro biliar e pequenos cálculos moles, bem como bile purulenta. Colocação de duas próteses biliares plásticas de 10 Fr x 10 cm. E a colangioressonância mostrou estenose segmentar de aproximadamente 1,0 cm na anastomose biliar, levando a moderada dilatação de vias biliares a montante. Cálculo de 1,4 cm cranial à estenose.
Após melhora do quadro de colangite, paciente foi submetida a colangioscopia com litotripsia para estudo da anastomose e tratamento de cálculos complexos. No momento do procedimento não foi possível descartar neoplasia dado lesão encontrada em via biliar em uma paciente que faz uso de imunossupressores, optado pela realização de biópsias dirigidas e após, litotripsia com laser de cálculos complexos com varredura da via biliar e drenagem da via biliar.
O anatomopatológico revelou tecido de granulação e cálculos de colesterol. Paciente evoluiu bem, em seguimento clínico com programação de troca de próteses em setembro de 2022.

Comentários Finais:
Nesse caso mostramos o estudo de uma via biliar doente, onde foi optado por uma biópsia dirigida que poderia mudar o diagnóstico da doente, além disso utilizamos o laser para litotripsia mostrando a versatilidade da técnica e como ela facilita o tratamento de coledocolitíase complexas e permite a otimização do diagnóstico de neoplasias de vias biliares.

Área

Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada

Autores

Evellin Souza Valentim dos Santos, Tomazo Antonio Prince Franzini, Marcos Eduardo Lera dos Santos, João Remi De Freitas, Caroline Flaksbaum Moll, João Guilherme Ribeiro Jordão Sasso, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura