XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

HEPATECTOMIA ESQUERDA AMPLIADA PARA SEGMENTO 8 POR METÁSTASE DE CANCER COLORRETAL – RESSECÇÃO R1 VASCULAR

Resumo

Apresentação do Caso: Paciente do sexo feminino de 68 anos, com antecedente de câncer de reto baixo, na linha pectínea, com invasão de parede posterior de vagina e acometimento de linfonodo lateral pélvico. Foi submetida a tratamento neoadjuvante com quimio e radioterapia, com boa resposta porém persistência de lesão ao toque e à retoscopia. Realizada amputação abdominoperineal de reto com ressecção parcial da vagina, linfadenectomia lateral pélvica direita, e fechamento do períneo e reconstrução da vagina pela Cirurgia Plástica, com resposta patológica completa. Permaneceu 5 anos após a cirurgia em seguimento regular, sem evidencia de doença. Após o 5º ano de seguimento, passou a apresentar elevação do antígeno carcinoembriônico, e a tomografia de abdome evidenciou nódulo hepático de 5,8cm com características de lesão secundária entre as veias hepáticas. Foi então submetida a quimioterapia perioperatória com 3 ciclos de mFLOX, e em seguida submetida a hepatectomia esquerda ampliada para segmento 8 com ressecção de veias hepáticas esquerda e média, e com margens coincidentes no leito da veia hepática direita. A recuperação pós-operatória transcorreu sem intercorrências, e a paciente segue sem evidência de doença até o momento.
Discussão: A ressecção hepática por metástase de câncer colorretal busca remover a doença hepática com margens livres para oferecer tratamento curativo para aqueles pacientes sem metástases em outros órgãos. Esta modalidade de tratamento cirúrgico deve ter como seus principais objetivos obter margens livres e preservar parênquima hepático. Durante o procedimento objetivamos margens de 1cm, porém sabemos que margens superiores a 1mm são suficientes em termos prognósticos. Atualmente se discute não apenas o papel do tamanho da margem, mas sim das características do tipo de interface entre tumor e parênquima são. Entretanto, em alguns casos selecionados, é impossível a ressecção com margens livres, mesmo que milimetricamente, como por exemplo quando se precisa preservar um vaso intra-hepático. Neste caso específico, margens coincidentes a leitos vasculares são a única opção, e podem oferecer o mesmo prognóstico que as ressecções R0 – conceito denominado “R1 vascular”, e demonstrado no caso apresentado.
Comentários Finais: Apresentamos vídeo de hepatectomia com ressecção R1 vascular visando preservar a veia hepática direita, em paciente submetida a hepatectomia esquerda ampliada com ressecção de veia hepática média e esquerda.

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

José Donizeti de Meira Júnior, Felipe Alexandre Fernandes, Fabio Ferrari Makdissi, Vagner Birk Jeissman, Gilton Marques Fonseca, Jaime Arthur Pirola Kruger, Fabricio Ferreira Coelho, Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque, Paulo Herman