XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

PANCREATECTOMIA CORPO-CAUDAL COM ESPLENECTOMIA POR CISTOADENOMA MUCINOSO PANCREÁTICO: RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente, feminino, 41 anos, com quadro de distensão abdominal pós alimentar há três meses. Possui esquizofrenia como comorbidade e sem histórico de cirurgias previas. Ao exame físico a paciente apresentava-se em bom estado geral, abdome flácido, indolor a palpação, sem visceromegalias, e membros inferiores com edema com cacifo. A tomografia de abdômen evidenciou pâncreas com lesão expansiva ovalada hipoatenuante, de aspecto cístico em cauda do pâncreas, com suspeita de neoplasia cística serosa do pâncreas. Os exames laboratoriais não evidenciaram alterações. Com a hipótese diagnostica de lesão cística em cauda de pâncreas, foi então realizado tratamento cirúrgico através de uma pancreatectomia corpo-caudal e esplenectomia. Durante a cirurgia, foi identificado lesão cística móvel a manipulação, de conformação esférica, com aproximadamente 8 x 8 x 8cm, em cauda de pâncreas, sendo realizada pancreatectomia do corpo e cauda, com grampeamento em região proximal de corpo de pâncreas, utilizando grampeador linear, e tratado coto pancreático com reforço de sutura em linha de grampo. Realizada esplenectomia e remoção da peça em bloco, e confecção de dreno tubolaminar posicionado sob coto pancreático. O estudo anatomopatológico da peça do pâncreas confirmou ser um cistoadenoma mucinoso, e baço com áreas de esclerocongestão e hemorragia. O pós-operatório transcorreu sem intercorrências clinicas, com drenagem que diminuiu até a alta hospitalar. DISCUSSÃO: As neoplasias císticas do pâncreas têm adquirido importância crescente devido ao acesso e aprimoramento das técnicas diagnósticas, principalmente a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Enquanto os cistos serosos têm comportamento benigno na quase totalidade dos casos, sendo considerados de baixo risco. Os mucinosos são aproximadamente 10% dos tumores pancreáticos – e tem potencial de malignidade de 17%. Recomendação cirúrgica em caso de lesões maiores de 4cm para pacientes sintomáticos ou para lesões com fatores de risco (nódulo mural) independente do tamanho. O caso apresentado seguiu a recomendação cirúrgica e estava na faixa etária de prevalência das neoplasias císticas mucinosas do pâncreas. COMENTÁRIOS FINAIS: Concluindo, o diagnóstico e manejo da neoplasias císticas do pâncreas permanecem um desafio clínico. Decisões terapêuticas devem ser individualizadas, baseadas na idade, comorbidades, viabilidade de ressecção cirúrgica, bem como preferências do paciente.

Área

Cirurgia - Pâncreas

Autores

Vitória de Sá Bezerra, Tiago Almeida Macêdo