XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Hemangioma Hepático Gigante e suas implicações disfuncionais orgânicas: um relato de caso.

Resumo

Apresentação do caso: Paciente com 77 anos, sexo feminino, realizou Ultrassonografia, Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética de abdomen total, que evidenciaram lesão nodular no lobo esquerdo do fígado, com maior diâmetro medindo cerca de 17,5 cm, sugestivo de Hemangioma Hepático Gigante (HHG). Comparece ao ambulatório referindo sintomas de dor em abdome superior, que dificulta o sono, além de regurgitação, empachamento e saciedade precoce. Ao exame físico, é visível o abaulamento em epigástrio e mesogástrio. Os exames laboratoriais evidenciaram aumento nas transaminases hepáticas, fosfatase alcalina e gama GT, o que corroboram com a vigência de outras complicações hepáticas associadas. Em sua última consulta relatou piora dos sintomas e comprometimento das atividades diárias, o que pôde ser cogitado uma intervenção por métodos cruentos e uma avaliação por equipe multidisciplinar. Discussão: Hemangiomas hepáticos (HH) são tumores benignos do fígado, que se constituem por aglomerados de cavidades repletas de sangue revestidas por células endoteliais. A sua etiologia é incompletamente compreendida, mas acredita-se que sejam malformações vasculares ou hematomas de origem congênita que aumentam por ectasia e não por hiperplasia ou hipertrofia. Em sua maioria são assintomáticos, sendo descobertos de forma acidental em estudos de imagem com outras finalidades. No entanto, quando se trata dos HHG (maiores que 10 cm), são mais frequentemente associados ao desenvolvimento de sintomas e complicações, destacando-se dor abdominal superior, hemorragia, compressão biliar ou coagulopatia de consumo, o que incomumente pode acarretar em anormalidades nos testes bioquímicos e funcionais do fígado. Quando menores que 10 cm, os HH não necessitam de tratamento ativo, além de acompanhamento, porém, para HHG, intervenções são cada vez mais aceitas, baseando-se na gravidade dos sintomas e no tamanho da lesão. Os métodos cirúrgicos para o tratamento do HH incluem ressecção hepática ou enucleação, podendo-se proceder com embolização arterial transcateter pré-operatória para reduzir o tamanho da lesão antes da intervenção cirúrgica. Comentários finais: Apesar de o HH ter incidência maior que 7%, apenas cerca de 10% destes aumentam de tamanho, assim, o HHG é consideravelmente menos frequente e a sua discussão temática é de extrema necessidade, tendo em vista o prejuízo na qualidade de vida dos pacientes acometidos, bem como as potenciais complicações envolvidas.

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Alisson Bandeira Aragão, Gregório Dantas Santos, Maisa Almeida Silva, Maria Dantas Nunes Bezerra, Maria Lourdes Albuquerque Queiroga, Irigrácin Lima Diniz Basílio