XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Schwannoma Gástrico Apresentando Hemorragia Digestiva Alta: Um Relato de Caso.

Resumo

Apresentação do Caso: Mulher de 42 anos apresenta hematêmese e fezes enegrecidas há 1 semana. Exame físico sem alterações. Exames laboratoriais com anemia importante (hemoglobina 8,5 g/dL). Realizada endoscopia digestiva alta com achado de grande lesão arredondada de aspecto ulcerado em parede posterior de corpo gástrico distal, medindo 45-50mm. Tomografia computadorizada com contraste de abdome evidenciou lesão expansiva circunscrita na grande curvatura gástrica, com morfologia subepitelial medindo 4,2cm no maior eixo. Paciente submetida à gastrectomia parcial por videolaparoscopia, com boa recuperação e alta hospitalar sem intercorrências. Análise anatomopatológica evidenciou neoplasia fusocelular bem delimitada e não encapsulada medindo 5,0x4,5x3,0cm, com margens cirúrgicas livres. Análise imuno-histoquímica evidenciou BCL2, S100, SOX10 e GFAP positivos e CD34 e CD117 negativos, compatível com Schwannoma gástrico (SG). Discussão: O SG é uma neoplasia do plexo neural gástrico e o sítio mais comum do trato gastrointestinal. Representa 0,2% dos tumores gástricos, com predomínio no sexo feminino entre os 40 e 60 anos de idade. Os sintomas prevalentes são dor e desconforto abdominais e/ou massa palpável. Sangramento digestivo ocorre quando a tumoração cresce e comprime a submucosa, levando a isquemia e ulceração. Exames complementares apresentam papel na programação cirúrgica, uma vez que os achados não costumam diferenciar o SG de outros tumores estromais. A ultrassonografia endoscópica com biópsia pode ser útil, porém devido à característica subepitelial apresenta altos índices de negatividade para neoplasia, além de ser um exame de difícil acesso e alto custo em nosso meio. O diagnóstico dos tumores estromais é dado por análise imuno-histoquímica: costuma apresentar proteína S100, vimentina e GFAP positivas e CD34 e CD117 negativas. O tratamento envolve a ressecção, seja por via aberta, endoscópica, laparoscópica ou robótica – a depender do tamanho, localização e estruturas adjacentes. Devido à característica benigna, e nos casos malignos devido à resposta ineficaz, não há indicação de terapia adjuvante. Comentários Finais: O SG é raro e costuma ser assintomático. Devido à difícil diferenciação de outros tumores estromais, incluindo malignos, o tratamento envolve sua ressecção e a análise anatomopatológica é a única forma de confirmação diagnóstica. Apresenta bom prognóstico devido à natureza benigna e com baixos índices de recidiva.

Área

Cirurgia - Estômago

Autores

Marcelo Henrique Ferreira Fernandes, Thiago Souza e Silva, Rômulo da Silva Furtado, Euclides Dias Martins Filho