Dados do Trabalho

Título

Agudização de insuficiência hepática crônica devido a reativação de hepatite B crônica no Brasil.

Resumo

APRESENTAÇÃO
Paciente masculino, 40 anos, internado por dor abdominal, há 1 mês,náuseas, vômitos, icterícia colúria, acolia fecal, hematoquezia e aumento do volume abdominal.
Apresentava mãe viva com hepatite de etiologia desconhecida e pai de origem alemã.
Na internação feito diagnostico de hepatite B crônica(HBC)ativa com tempo de protrombina alargado, plaquetopenia, hiperbilirrubinemia às custas de direta,além de aminotransferases, canaliculares, alfafetoproteina elevada e inicialmente com função renal preservada. Exames endoscópicos evidenciaram varizes de fino calibre em esôfago, gastropatia hipertensiva leve e sinais de colopatia portal. A tomografia abdominal evidenciou fígado de dimensões aumentadas, bordas rombas e contornos irregulares, além de imagem infiltrativa em parênquima hepático, associado a trombose de ramos portais. Realizada paracentese, excluindo peritonite bacteriana espontânea. Classificado como cirrose hepática Child9B e Meld -Na11.
Se tratando de um dos fatores precipitantes de piora clínica, indicado início de entecavir para a HBC, além de medidas para hipertensão portal, diureticos e antibioticoterapia para infecção do trato urinário.
Na internação, houve piora da função renal, hepatica e circultoria com, rebaixamento no nível de consciência, instabilidade clínica e óbito.
DISCUSSÃO
A agudização de insuficiência hepática crônica (ACLF) é uma síndrome na cirrose caracterizada por descompensação aguda, falência(s) de órgãos e alta mortalidade a curto prazo.
Com escores específicos que definem a seis disfunções orgânicas: hepática, renal, coagulação, neurológica e respiratória. Se mais sistemas acometidos, maior a mortalidade.
Nesse relato vemos um paciente portador de cirrose hepática, associada a carcinoma hepatocelular até então desconhecidos, descompensados pela ativação de HBC, sem diagnostico prévio.
A reativação do vírus da hepatite B (HBV) é um fator de risco independente de mortalidade em pacientes com cirrose, assim como encefalopatia hepática, ascite e infecção bacteriana.
Os precipitadores para reativação do HBV neste caso foram o sangramento digestivo alto, HBeAg positivo, infecção bacteriana e presença de carcinoma hepatocelular.
COMENTARIOS FINAIS
No caso relatado o paciente já foi internado com ACLF, onde o desenvolvimento da icterícia e descompensação hepática se apresentou durante a reativação da HBC, ou seja, exacerbação aguda grave, com progressão para falha hepática aguda-crônica.