Dados do Trabalho
Título
Regressão de adenoma hepático volumoso: a importância da remoção do fator causal (relato de caso).
Resumo
Apresentação do Caso: ICGA, feminino, 31 anos, com sobrepeso, acompanhada em serviço de referência por Leucemia Mielóide Crônica, em remissão, encaminhada ao ambulatório da Cirurgia do Fígado devido à achado incidental de nódulos hepáticos. Realizada Tomografia Computadorizada de Abdome (TC) que demonstrava dois nódulos com hipervascularização e sem "wash out", localizados no segmento II e VII, medindo 2,0 e 5,5cm. Após 1 ano, em Ressonância Magnética (RM) com contraste hepato-específico, evidenciado aumento dos nódulos para 3,5 e 8,1cm, além de hipersinal em T2, com achados sugestivo de Adenoma Hepático (AH). Realizada biópsia percutânea com perfil imuno-histoquímico que favoreceu diagnóstico de AH subtipo inflamatório. Paciente fazia uso de Anticoncepcional Oral (ACO) há 10 anos, sendo orientada a suspensão do mesmo. RM de controle realizada 3 meses após suspensão do ACO demonstrou diminuição importante dos nódulos hepáticos:1,5cm em segmento II e 5,5cm em segmento VII. Frente a boa resposta, optado por manter vigilância clínica. No seguimento, foi observada maior redução das lesões após 6 meses: 1,2 e 3cm, respectivamente. Paciente segue assintomática e continua em seguimento clínico e radiológico.
Discussão: O AH é um tumor hepático benigno predominante em mulheres expostas a hormônios esteróides, como os ACO, importante fator de risco. Do ponto de vista prático, os AH podem ser classificados conforme a patologia molecular em subtipos: beta catenina mutado, HNF1A mutado, inflamatório, e sem alterações genéticas ou inflamatórias. O beta catenina mutado é o de maior potencial maligno, e o inflamatório comum em mulheres em uso de estrogênio e obesos. Em TC e RM, o AH é caracterizado por lesão delimitada com hipervascularização irregular, heterogênea após contraste e hipersinal em T1 e T2. O diagnóstico geralmente é incidental em pacientes assintomáticos. Tumores em homens, ou aqueles maiores que 5cm têm maior risco de complicações como sangramento ou malignização, e por isso tem indicação de ressecção, enquanto lesões menores e assintomáticas admitem conduta expectante e orientação de suspensão do ACO e perda de peso.
Comentários Finais: Demonstrada a importância da individualização da conduta em paciente com AH através de caso de mulher jovem assintomática com adenoma hepático de grandes dimensões e evidente indicação operatória, que obteve ótima resposta frente a tratamento expectante associado a suspensão de ACO, com seguimento clínico e radiológico.
Área
Cirurgia - Fígado
Autores
Nathália Camin Calixto Sarroche da Silva, Amanda Juliani Arneiro, José Donizeti de Meira Júnior, Luna Serena Arguelho Pereira, Vagner Birk Jeismann, Gilton Marques Fonseca , Fabio Ferrari Makdissi, Fabricio Ferreira Coelho, Jaime Arthur Pirola Kruger , Paulo Herman