XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

EMBOLIZAÇÃO DE HEMANGIOMA HEPÁTICO GIGANTE: UM RELATO DE CASO

Resumo

Apresentação do caso: Masculino, 62 anos, motorista de ônibus, sem comorbidades. Perda de peso de 12 kg, inapetência, saciedade precoce e empachamento pós prandial há 1 ano. Ao exame, massa abdominal ocupando hipocôndrio, flanco direito e epigástrio, dolorosa à palpação. Tomografia de abdome total com volumosa formação expansiva heterogênea ocupando todo o lobo direito, determinando compressão parcial do segmento IV, contornos definidos, medindo cerca de 23x23x23cm, realce periférico, globuliforme e centrípeto, sugestiva de hemangioma hepático gigante. Realizada embolização por arteriografia da lesão, com cateterismo de artéria hepática direita evidenciando múltiplas imagens nodulares, procedimento sem intercorrências. Imagem de controle 1 mês após sem alteração do tamanho da lesão, com melhora parcial dos sintomas. Discussão: Os hemangiomas hepáticos gigantes são tumores benignos do fígado que possuem de 10 (mais comumente) até 20 ou mais cm de tamanho e estão presentes em menos de 10% dos casos. Geralmente sintomas e complicações dependem do tamanho e localização, podendo ser: inflamatórias (febre) agudas ou crônicas, mecânicas (ruptura, espontânea ou traumática) e coagulopatias concomitantes como a Síndrome de Kassabach-Merritt. Apesar do tratamento cirúrgico ser a primeira escolha em alguns centros, complicações como perda excessiva de sangue, tempo prolongado de internação, perda massiva do parênquima hepático com possibilidade de insuficiência hepática e taxa de mortalidade de 0,5-2% devem ser consideradas. Dados recentes apontam a embolização arterial como opção de sucesso na resolução dos sintomas, diminuição do diâmetro e menor morbimortalidade. Indicações incluem tumores sintomáticos, de rápido crescimento, com risco de trombose intratumoral e ruptura. Complicações incluem síndrome pós embolização e formação de biloma e abscesso hepático, além de ainda observar-se insucesso na embolização em até 40% dos casos. No presente caso, a realização de imagem precoce pós embolização pode ser a razão de ainda não observamos redução do tumor, já que grande parte da literatura recomenda exame de imagem 12 semanas após. Comentários finais: A cirurgia e a embolização arterial são opções para o tratamento dos hemangiomas hepáticos gigantes. Contudo, considerando o alto risco de complicações da intervenção cirúrgica, a embolização apresenta-se como escolha minimamente invasiva e com alvos terapêuticos de sucesso.

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Gabriela Azevedo Solino, Vitor Ramos de Araújo Ribeiro, Carlos Henrique da Silva Soares, Lívia Zardo Trindade, Fernando Henrique Rabelo Abreu dos Santos, Ana Paula Hamer Sousa Clara, Felipe Bertollo Ferreira, Felipe Welling Lorentz, Fabiano Quarto Martins, Carlos André Daher Santos, Guilherme Carvalhal Moitinho, Mariana Poltronieri Pacheco