XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Vigilância ativa na neoplasia de esôfago com resposta total a neoadjuvância: risco ou solução?

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de esôfago é mais prevalente em homens, sendo dividido em adenocarcinoma e carcinoma espinocelular (CEC), com baixa sobrevida dos pacientes devido à alta morbimortalidade do tratamento, sendo o padrão-ouro neoadjuvância seguida de esofagectomia. A resposta total (RT) à neoadjuvância em 29% dos casos reforça a necessidade de se estudar e avaliar melhor o benefício da vigilância ativa (VA), com foco na qualidade de vida e melhora na sobrevida desses pacientes. OBEJTIVO: reforçar o estudo e discussão da vigilância ativa como alternativa ao atual tratamento das neoplasias de esôfago. MÉTODO: realizada busca na plataforma PubMed entre os anos de 2013 - 2022, de artigos com os MESH terms “esophageal cancer AND neoadjuvance AND active surveillance AND complete response”, resultando em 30 periódicos. Análise do perfil de 16 pacientes tratados em um hospital público estadual (referência oncológica) comparando tipo histológico, resposta à neoadjuvância e complicações pós-operatórias (PO) entre Janeiro/2017 e Agosto/2022. Foram excluídos 1 paciente por tumor irressecável no intra-operatório e 5 pacientes devido a neoplasia de transição esôfago-gástrica. RESULTADOS: dos 10 casos avaliados, 6 eram CEC e 4 adenocarcinoma, sendo que 3 com CEC e 1 paciente com adenocarcinoma obtiveram RT na peça cirúrgica. Dos que não obtiveram RT, 3 evoluiram sem complicações, 1 veio a óbito por complicações após infarto em 2º PO, 1 desenvolveu fístula quilosa e 1 fístula cervical. Os com CEC que obtiveram RT, 1 apresentou fístula quilosa necessitando de reabordagem cirúrgica. Os três pacientes apresentaram linfonodos metastáticos na peça não evidenciados em reestadiamento, tendo um deles evoluído a óbito durante internação. O paciente com adenocarcinoma que obteve RT, não teve intercorrências. CONCLUSÃO: a vigilância ativa visa fornecer opção aos pacientes com resposta total à neoadjuvância, realizando cirurgia apenas em pacientes que não mantiverem RT durante seguimento, evitando a esofagectomia (alta morbimortalidade). Na análise feita, evidenciamos duas problemáticas: complicações PO em pacientes com RT e presença de doença que não foi evidenciada pelo reestadiamento, apenas na peça cirúrgica. Apesar da primeira ser resolvida com VA é necessário a disponibilidade de exames (PET-SCAM, ecoendoscopia, tomografia, endoscopia) que, em associação, aumentem a acurácia e evidencie precocemente lesões e metástases, aumentando a segurança na aplicação da vigilância ativa.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

CAROLINE CARVALHO SILVA, JÉSSICA RENATA FARIA RAMOS, BRUNA PIGNATARO, BRUNO BARREIRO, HEITOR FRANCO DE GODOY, LAIS SYDOR VICTOR, JANAINA QUAGLIARELI RAMOS DA SILVA, TAMIRIS MACHIAVELLI KWIATKOWSKI, CAROLINA CHAMONE ZÁRATE, LUIZA PELISSARI ZARDO, OLAVO NAPOLEÃO DE ARAUJO NETO