XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Como aumentar a capacidade de detecção de displasia no Esôfago de Barrett

Resumo

Apresentação do caso: Paciente, sexo masculino, 57 anos, portador de sintomas de doença refluxo gastroesofágico (DRGE) há mais de cinco anos, realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou alterações compatíveis com Esôfago de Barrett (EB) longo, Classificação de Praga C8M9. Foi realizada avaliação endoscópica (AE) minuciosa da mucosa, dispensando um minuto para cada centímetro do EB, utilizando tanto a luz branca (LB) e cromoscopia com ácido acético (CAA), quanto a cromoendoscopia óptica (CEO) e magnificação, sendo evidenciada uma lesão plano-deprimida que facilmente passaria despercebida. À AE avançada, foi visto um padrão microvascular dilatado e irregular. A biópsia comprovou tratar-se de uma lesão com displasia de baixo grau (DBG) e focos de displasia de alto grau (DAG). Optado assim pela ressecção endoscópica da mucosa (EMR) em monobloco pela técnica de ligadura elástica (LE).
Discussão: O EB é uma patologia associada à DRGE em que ocorrem alterações metaplásicas no esôfago distal. Essa doença ganha importância por ser o único precursor conhecido para o adenocarcinoma esofágico, neoplasia de alta mortalidade. Se torna assim fundamental a vigilância endoscópica dessa mucosa, que tradicionalmente vem sendo realizada utilizando a LB, seguida da CAA e realização de biópsias seriadas de acordo com o Protocolo de Seattle. Atualmente, novos recursos de imagem vêm sendo utilizados para aumentar a taxa de detecção de displasia e neoplasia precoce no EB, como a CEO, magnificação e a endomicroscopia que permite a visualização da estrutura microvascular, além do direcionamento para as biópsias. O intervalo de acompanhamento e o tratamento irão depender da presença e do grau de displasia. Além do tratamento clínico, se faz necessário o tratamento endoscópico (TE) do EB em alguns casos. Para as lesões focais contendo displasia ou NIM, o TE recomendado é a dissecção endoscópica da submucosa (ESD) ou a EMR. Ambas são altamente eficazes e a ESD não demonstrou melhorar o resultado geral em comparação a EMR, sendo assim, devido a sua maior facilidade técnica, a EMR é a técnica de ressecção preferida para lesões focais no EB. Uma das técnicas de EMR é a realizada com LE que apresenta eficácia e segurança igual à técnica de EMR convencional, apresentando a vantagem da maior facilidade técnica.
Comentários finais: Este relato tem a finalidade de mostrar para a comunidade científica a semiologia endoscópica para aumentar a capacidade de detecção de displasia no EB.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Rúbia Moresi Vianna de Oliveira, Célio Geraldo de Oliveira Gomes, Marcus Vinícius Gonçalves Moreira, Danilo Micael Lucena e Carvalho Carvalho , João Cláudio Soares de Sousa Sousa , Carolina de Souza Antonieto Antonieto, Vitor Nunes Arantes