XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ENDOSCOPIA TERAPÊUTICA PARA RETIRADA DE LÂMPADA DE LARINGOSCÓPIO EM RECÉM-NASCIDO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO

Recém-nascido (RN), masculino, pré-termo, 33 semanas de idade gestacional, baixo peso (1700 gramas), nato de parto cesáreo por quadro materno de Tromboembolismo pulmonar. Evoluiu com descompensação respiratória precoce e precisou ser intubado e encaminhado para UTI neonatal. Durante a intubação, de forma acidental, a lâmpada do laringoscópio soltou-se e escorregou para o esôfago. Realizado o Raio-X e confirmado corpo estranho (CE) no estômago. RN foi encaminhado para realização de endoscopia digestiva alta (EDA) em centro hospitalar de referência para realização de exame terapêutico com o objetivo de retirar CE.

O exame foi realizado no 4º dia de vida, com auxílio do gastroscópio pediátrico de 4,9 mm de diâmetro com canal de trabalho de 2 mm. A peça de metal, com, aproximadamente, 1,5 cm de comprimento, foi apreendida com alça de polipectomia e cuidadosamente tracionada até sua total retirada. A endoscopia de revisão descartou qualquer complicação, laceração, perfuração ou sangramento no trajeto esofagogástrico.

DISCUSSÃO

A EDA para recém-nascidos é um exame para casos restritos, quando corretamente indicada é um método seguro, econômico e que possui um papel diagnóstico e terapêutico fundamental. Pode evitar procedimentos cirúrgicos, reduz a morbimortalidade e o tempo de internação. Ademais, vale ressaltar, que o desenvolvimento tecnológico no design e na mecânica dos equipamentos contribuíram para as melhorias na aplicação desse método na pediatria.

A curiosidade oral natural infantil influencia diretamente na repercussão do acontecimento, pois cerca de 80% dos casos de ingestão de CE ocorrem entre as idades de 6 meses e 3 anos. Segundo Navia-López et al. (2020), a distribuição de pacientes com ingestão de CE é prevalente no sexo masculino (61,2%) e na faixa etária de 3 a 5 anos de idade (35,3%); seguido de 1 a 2 (25,9%); 5 a 9 (22,4%); maiores de 10 (10,6%) e, por último, menores de 1 ano (5,9%). Logo, fica evidente a raridade da ocorrência na faixa etária do presente artigo.

COMENTÁRIOS FINAIS

Destarte, observa-se que a ocorrência da ingestão de CE na faixa etária do presente relato de caso é escassa, tendo em vista que o grupo, conforme os estudos, representa a menor parcela acometida. Contudo, é perceptível a eficácia e segurança da EDA como método minimamente invasivo na retirada de CE na prática pediátrica, uma vez que as evoluções tecnológicas associada às habilidades médicas possibilitaram a terapia com excelência para tal grupo.


Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva pediátrica

Autores

Sheila Maria Vaz Moreno, José Aristides Campelo Cabral, Zoroastro Henrique De Santana, João Pedro Cerqueira Barbosa, Letícia Antunes Spíndola, Ricardo Leite Ganc